Circuito Tapume promove exposição de obras e oficinas nas nove regionais de BH

Foto Circuito Tapume – Crédito João Motta

O circuito de arte dedicado aos lambe-lambes chega agora às nove regionais da cidade. Após uma exibição de um mês nos espaços culturais do Baixo Centro, as obras serão expostas nos centros culturais da Prefeitura de Belo Horizonte, no Circuito Transborda.

Circuito Tapume – Mostra de Lambe-Lambes de Beagá, festival exclusivamente dedicado aos lambe-lambes, chegou aos centros culturais da Prefeitura de Belo Horizonte. A programação conta com instalações de dez artistas visuais, selecionadas pela equipe curatorial do projeto, formada pelas produtoras culturais e curadoras Juliana Flores, Grazi Medrado e Gi Milagres. O Circuito “Transborda” marca a segunda etapa de exibição das obras e acontece até 12 de dezembro, data de aniversário da capital mineira. A mostra leva oficinas e instalações artísticas aos centros culturais das nove regionais de BH: Liberalino Alves de Oliveira, Usina de Cultura, São Geraldo, Urucuia, Vila Fátima, Vila Marçola, Venda Nova, São Bernardo, Salgado Filho e Pampulha. Os espaços podem ser visitados de terça a sexta, das 9h às 19h. Sábado, das 9h às 17h. Toda a programação é gratuita e pode ser consultada no Instagram: @circuitotapume.

Leonardo Beltrão, um dos idealizadores do Circuito Tapume, destaca a importância dessa fase de descentralização do projeto. “A proposta do Circuito Tapume é reconhecer o universo dos lambe-lambes e difundir a fruição dessas obras por toda a cidade, ocupando as nove regionais. No Circuito Transborda, os dez artistas contemplados realizarão ações formativas nos espaços onde suas obras estarão expostas, contribuindo para a formação de público e capacitação de agentes culturais locais.”, destaca o produtor cultural.

Programação nas nove regionais

VENDA NOVA – Na regional Venda Nova, o Centro Cultural Venda Nova receberá a obra de Marina Rosa. A artista trabalha com criação e desenvolvimento de vestuários e apresentará a obra “Janelas”. Apaixonada por moda, direcionou sua vida acadêmica e profissional para as artes visuais, gráficas e indumentárias. Sua criação busca homenagear o artesanato mineiro e capturar o impacto que a arte urbana da cidade produz. O espaço também recebe a Oficina: Imagens e narrativas, no dia 21/nov, das 14h às 17h, com público a partir de 15 anos. A oficina é projetada para permitir que os participantes explorem a técnica de colagem juntamente com a técnica de construção de histórias. Cada participante criará sua colagem em formato A5. A inscrição gratuita pode ser feita pelo link: bit.ly/oficinaimagensenarrativas.

BARREIRO – O Centro Cultural Urucuia, na regional Barreiro, apresenta a obra “Brasigrafia” da diretora de arte e pesquisadora Izabela Santiago. A artista iniciou sua jornada nas artes na graduação em cinema pela PUC Minas. Participou do curso de artes visuais do Cefart (Palácio das Artes), integrou o júri jovem na 22ª Mostra de Cinema de Tiradentes.Desde 2018, contribui para o cenário cultural de Beagá como designer gráfico no centro cultural Lá da Favelinha. Já passou por outros escritórios de comunicação, mas atualmente fornece serviços gráficos e de direção de arte para o setor cultural e de eventos. O espaço recebe a Oficina: Letrismo Personalizado, no dia 23/nov, das 9h às 10h30, para crianças de 8 a 11 anos. Vagas limitadas e inscrição gratuita: bit.ly/oficinaletrismo. O encontro incentiva os participantes a desenvolverem uma frase ou palavra em um alfabeto personalizado, sem a necessidade de conhecimento prévio em tipografia. Os alunos terão a oportunidade de explorar diversas técnicas e materiais, como caneta e papel, tinta, spray, marcadores e outras opções não tradicionais (sujeito a disponibilidade).

LESTE – O Centro Cultural São Geraldo, na regional Leste, recebe a obra “Valente” da museóloga por formação, arte educadora, artista visual e artesã, Ella. A artista trabalha atualmente como mediadora cultural na Fundação Clóvis Salgado e, paralelamente, desenvolve projetos de artes visuais. Grafiteira desde 2016, participou de projetos como “Amor pelo Alto Vera Cruz nos Muros”, 1º Festival de Arte Urbana de BH; ações de pinturas de murais em escolas na região Leste de Belo Horizonte; oficinas de graffiti (SESC-MG, Fundação Dom Cabral, entre outros) e, mais recentemente, do Grafitaço em comemoração aos 40 Anos do Hip Hop em BH. Como aquarelista, participou do edital de aniversário de 10 anos do Instituto HAHAHA, obra que está exposta atualmente na sede da instituição. O equipamento cultural recebe a Oficina: Gravura em pontos, dia 28/nov, das 14h às 16h, para pessoas a partir de 15 anos. Partindo de uma “matriz” de crochê, a ideia é que os participantes desenvolvam padrões a partir dos conhecidos “quadrados de vovó” que serão utilizados como base para a criação de gravuras. A oficina contará com intérprete de libras e as vagas são limitadas. Inscrição gratuita: bit.ly/oficinagravura

CENTRO-SUL – O Centro Cultural Vila Fátima, na regional Centro-sul, apresenta a obra “ELA”, da artista da imagem e da narrativa, Lê Góis. Ela trabalha com a colagem desde de 2020. A técnica da arte manual é presente em sua vida desde pequena, mas foi na pandemia que a artista se descobriu nesse processo artesanal. Hoje atua com a venda de prints, encomendas e lambe-lambes. O Centro Cultural receberá a Oficina: Colagem pra sentir, no dia 30/nov, das 14h às 18h, com inscrição gratuita no bit.ly/oficinacolagemprasentir. Na oficina pretende-se compartilhar sobre o processo intuitivo com a colagem analógica, através de exercícios de seleção e recortes de imagens que dialoguem com o conceito de ruptura e desapego das perspectivas binárias de certo e errado.

Na mesma regional, o Centro Cultural Vila Marçola trará a obra “Palavras de cabeça”, de Maíra Paiva. Artista visual formada na Escola Guignard desde 2005, trabalha com multilinguagens, perpassando a pintura, a colagem, o lambe- lambe e a escrita, mas sempre com a potência e o acontecimento do desenho nas construções de seus processos. Atua na área da saúde mental há 16 anos, promovendo espaços de inserção do cidadão em sofrimento mental no cenário cultural da cidade, sejam eles em exposições, oficinas, circulação e militância antimanicomial. Atualmente, em seu trabalho autoral, a artista investiga as grafias-desenhos em suas formas ilegíveis e gestuais. O equipamento cultural recebe a Oficina: Escriturar os dias, dia 06/dez, das 14h às 18h, para público a partir de 15 anos. A proposta da oficina, que contará com intérprete de libras, permeia a escrita criativa, em forma de poesia, narrativa, conto, ou seja, um processo de arte com palavras, desenhos e grafias. Inscrição gratuita no site bit.ly/oficinaescriturar.

PAMPULHA – Já na regional Pampulha, a obra “A raiva organizada é revolucionária”, de Priscila Rezende, será exibida no Centro Cultural Pampulha. Artista visual graduada em Artes Plásticas na Escola Guignard – UEMG, e Mestre em Artes da Cena na UFMG, Priscila desenvolve trabalhos em múltiplas linguagens, tendo a performance como produção expressiva em sua trajetória. De maneira catártica, se apropria da raiva como instrumento para confrontar o racismo, a misoginia e o machismo. Dentre sua atuação há a presença em exposições em diversas regiões do Brasil como Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco, Amapá e Rio Grande do Sul e países como Alemanha, Inglaterra, EUA, Espanha, Holanda e Polônia. O local recebe a Oficina: Resistência pela arte, dia 03/dez, das 9h às 11h, com vagas limitadas e inscrição gratuita no site: bit.ly/oficinaresistencia. A oficina propõe uma discussão e sensibilização de se pensar o corpo negro e feminino como ferramenta de resistência e enfrentamento às opressões vividas na sociedade.

OESTE – Na regional Oeste, o Centro Cultural Salgado Filho recebe a obra “raíz forte”, de Mayara Smith.  Bacharel em Artes Visuais pela Universidade Federal de Minas Gerais (2020) e atualmente mestranda pela mesma instituição, Mayara é multiartista, designer gráfico e pesquisa sobre identidade e corpo negro, principalmente feminino, abordando suas questões vindas de uma familia interracial e dualidade entre os dois núcleos. Cria em outros espaços de seu território. Autorretratista, brinca com a própria imagem e rompe barreiras de representação. Trabalha artes digitais, tradicionais e nas sombras do mundo. Tem uma coletiva de mulheres negras, a Negráfrica, nascida em 2019. Juntas produzem um podcast e publicações independentes sobre suas vivências, arte e cultura, a fim de também expandir vozes de outros artistas racializados e suas produções. O local recebe a Oficina: Histórias de si, dia 05/dez, das 19h30 às 20h30, para o público a partir de 15 anos. A atividade oferece uma dinâmica para os participantes explorarem e expressarem sua identidade através do autorretrato. A inscrição é gratuita e pode ser feita pelo link bit.ly/oficinahistoriasdesi.

NORTE – Na regional Norte, Centro Cultural São Bernardo apresenta a obra “Imaginário Nacional”, do Falso Poeta / Math. Artista morador do Aglomerado Da Serra, iniciou sua carreira na fotografia em 2019 criando um perfil no Instagram chamado Falso Poeta (@falsopo37a), apoiado pelo Centro Cultural Lá Da Favelinha. Se estruturando e trocando saberes em oficinas, se desenvolveu em ensaios de retratos, paisagens e eventos. Hoje caminha só, buscando seu espaço como artista, fotógrafo periférico, experimentando outros lugares como o de comunicador e influencer, usando a arte de refúgio para ideias e conceitos idealistas, inspiradores que comuniquem da quebrada para quebrada, buscando refletir sobre a realidade coletiva. A Oficina: Fotografia tem fim? acontecerá no Centro Cultural dia 07/dez, das 10h às 12h, para público a partir de 12 anos, com inscrição gratuita no site bit.ly/oficinafotografiatemfim. A proposta é oferecer uma introdução às técnicas fotográficas e à comunicação visual, incentivando os participantes a criar narrativas visuais potentes e autênticas.

NOROESTE – Na regional Noroeste, o Centro Cultural Liberalino Alves de Oliveira apresenta “AParTAMENTOS” da poeta Débora Rossi Fantini. Autora de “O belisco” (A Mascote, 2024) e de “alfabe)r(to”, livro publicado no Instagram. Teve poemas em formato de lambe em murais no Festival de Colantes (Uberlândia/MG; 2022 e 2023); e na Vila Medeiros (São Paulo/SP, 2021). Expôs poemas na Mostra Virtual da II Jornada de Poesia Visual (São Paulo/SP; 2023) e em Uma Mostra – Galeria de Arte Virtual Unifal (Alfenas/MG; 2022 e 2023). Publicou poemas nas revistas Bufo (São Paulo/SP), Quarup (BH/MG) e A Zica (BH/MG). O local recebe a Oficina: Poema de uma palavra só, dia 10/dez, das 20h às 21h30, para público a partir de 8 anos. A oficina “poema de uma palavra só” busca aproximar as(os) participantes da poesia visual e da poesia expandida, convidando-as(os) tanto à leitura quanto à criação de poemas – estes, em formato de lambes. Serão abordados especificamente poemas visuais compostos por uma única palavra. Inscrição gratuita no link: bit.ly/oficinapoema.

NORDESTE – O Centro Cultural Usina de Cultura recebe a artista Fabiana Alves com sua obra “Pare de acreditar no governo”, na regional Nordeste. Cogestora do coletivo Barracão das Ideia, Fabiana é graduada em Arte Educação com Habilitação Plena em Artes Plásticas, na Escola Guignard (UEMG, 2005-2010), atua profissionalmente neste campo há 18 anos. A partir de 2014, inicia sua investigação em tecnologias alternativas de produção em artes, ofícios, eco design e sustentabilidade ambiental com ferramentas de criação, entre elas o colagismo, no ateliê Natos. Fabiana ministra a Oficina: Colagem e lambe-lambe: do ateliê à intervenção urbana no Centro Cultural dia 11/dez, das 15h30 às 17h30, para pessoas a partir de 15 anos. As vagas são limitadas e a inscrição é gratuita: bit.ly/colagemelambe.

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