Garantir a acessibilidade em prédios de construção recente não é apenas uma questão de inclusão social, mas também uma exigência legal. Segundo o Decreto nº 5.296/2004 e a Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/2015), todos os novos empreendimentos — sejam eles residenciais, comerciais ou públicos — devem ser planejados e executados de acordo com normas de acessibilidade.
Essa medida visa garantir que pessoas com deficiência, mobilidade reduzida e idosos possam circular de forma autônoma e segura pelos espaços urbanos.
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O Que São as Normas de Acessibilidade em Construções?
As normas de acessibilidade são diretrizes técnicas previstas na ABNT NBR 9050, que orientam desde a largura mínima das portas até a inclinação correta de rampas. Essas regras abrangem elementos como:
•Vagas de estacionamento acessíveis, sinalizadas e próximas das entradas;
•Rampas de acesso com corrimão duplo e piso antiderrapante;
•Elevadores adaptados, com botoeiras em braile e altura adequada;
•Banheiros acessíveis, com barras de apoio e espaço suficiente para o giro de cadeiras de rodas;
•Portas e corredores com largura adequada à circulação de pessoas com mobilidade reduzida;
•Sinalização tátil e visual, inclusive em pisos e escadas.
Essas exigências não são opcionais: devem ser previstas desde a planta até a execução final da obra.
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Quem Fiscaliza e Quais São as Penalidades?
A responsabilidade pela fiscalização é das prefeituras e dos órgãos de habitação e urbanismo. No caso de descumprimento das normas, as construtoras e incorporadoras podem sofrer:
•Multas;
•Embargo da obra;
•Impedimento na emissão do Habite-se, documento necessário para a legalização do imóvel;
•Além de possíveis ações judiciais por parte de moradores ou usuários prejudicados.
Cumprir as normas de acessibilidade é também uma forma de evitar prejuízos legais e financeiros.
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Por Que a Acessibilidade em Prédios Novos é Tão Importante?
De acordo com o IBGE, mais de 18,6 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência. A acessibilidade arquitetônica em novas construções é essencial para garantir autonomia, dignidade e participação ativa dessas pessoas na sociedade.
Além disso, prédios acessíveis tendem a se valorizar mais no mercado, pois atendem a um público mais amplo e consciente.
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Acessibilidade Também É Um Direito Coletivo
Ao pensar em acessibilidade, muitas pessoas imaginam apenas rampas para cadeirantes. No entanto, o conceito vai muito além disso. Ele envolve facilitar o acesso de todos, incluindo:
•Idosos;
•Gestantes;
•Pessoas com mobilidade temporariamente reduzida;
•Pessoas com deficiência visual, auditiva ou intelectual;
•Pessoas com autismo.
Um prédio acessível é, na verdade, um espaço mais funcional, seguro e acolhedor para toda a população.
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Construir com Inclusão é Construir para o Futuro
A acessibilidade deve estar presente desde o projeto até a finalização da obra. Mais do que cumprir uma lei, é um compromisso com a inclusão e com a construção de uma sociedade mais justa. Investir em acessibilidade não é um custo, mas sim uma responsabilidade — e uma estratégia inteligente de valorização do imóvel.