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Médicos e estudantes se reúnem no IONCM-MG para discutir atual cenário para conscientização e possíveis tratamentos da doença
Tosse persistente, dor no peito e falta de ar são sintomas comuns de várias doenças, especialmente durante o inverno, quando a circulação de vírus em ambientes fechados é maior. No entanto, esses sinais também podem indicar um problema mais grave — o câncer de pulmão, sobretudo em fumantes e pessoas com mais de 50 anos. Como acontece com muitos tipos de câncer, os sintomas costumam surgir apenas em estágios mais avançados da doença. Para chamar a atenção da população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce, a comunidade médica promove campanhas e ações de conscientização no chamado Agosto Branco.
Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA, 2023), o câncer de pulmão ocupa a terceira posição entre os mais frequentes em homens, com 18.020 novos casos ao ano, e a quarta entre as mulheres, com 14.540 novos registros ao ano no Brasil.
A pneumologista do Hospital Universitário Ciências Médicas de Minas Gerais (HUCM-MG), Dra. Renata Baldow, conta que o tabagismo é responsável por mais de 80% dos casos de câncer de pulmão e faz um alerta: “Parar de fumar é fundamental para reduzir os riscos à saúde e melhorar a qualidade de vida, independentemente do tempo que se fumou. É vital também conscientizar sobre os perigos dos cigarros eletrônicos, que têm atraído sobretudo crianças e jovens. Ele libera substâncias cancerígenas e tóxicas, representando riscos significativos à saúde” afirma a especialista.
Além do tabagismo, outros fatores de risco para o câncer de pulmão incluem a exposição a poluentes ambientais, predisposição genética e histórico familiar. Nessas situações, o diagnóstico precoce é determinante para aumentar as chances de cura. “O câncer de pulmão, embora bastante letal, quando identificado em fases iniciais pode ter tratamento curativo. No entanto, no Brasil, a maioria dos casos ainda é descoberta em estágio avançado”, explica a Coordenadora da Cirurgia Torácica do HUCM-MG e do Instituto de Oncologia Ciências Médicas (IONCM-MG), Dra. Alyne Vilhena.
Estudos mostram que o uso da tomografia pode contribuir para identificar a doença mais cedo e, consequentemente, reduzir a mortalidade. Um trabalho brasileiro, publicado este ano na Revista Brasileira de Oncologia Clínica, apontou que a adoção de protocolos de rastreamento no país seria viável.
De acordo com a pesquisa, sem estratégias de diagnóstico precoce, mais de 70% dos casos acabam sendo detectados em fases avançadas, o que impacta tanto na sobrevida dos pacientes quanto nos custos do tratamento. Atualmente, recomenda-se que o rastreamento seja considerado, em linhas gerais, para pessoas entre 50 e 80 anos, fumantes ou ex-fumantes com histórico recente de tabagismo.
Instituto de Oncologia Ciências Médicas no Agosto Branco
No dia 26, acontecerá o Simpósio Agosto Branco IONCM-MG, com um ciclo de palestras sobre abordagens clínicas na cessação do tabagismo, cigarros eletrônicos, rastreamento para o câncer de pulmão, opções e indicações de tratamento oncológico. O recém-inaugurado anfiteatro do IONCM-MG receberá o corpo clínico do Hospital Universitário Ciências Médicas, a equipe multidisciplinar do Instituto de Oncologia e acadêmicos do último ano do curso de medicina da FCM-MG. O link para inscrição poderá ser feito pela Sympla.
Além do Simpósio, os alunos da graduação de medicina e participantes de ligas acadêmicas da Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais (FCM-MG) estão visitando o Instituto de Oncologia Ciências Médicas de Minas Gerais (IONCM-MG) para levar informação aos pacientes e seus acompanhantes sobre os malefícios dos cigarros de tabaco e eletrônicos, entre outros dispositivos usados para fumar.