Startup fatura R$ 1 milhão com armários inteligentes em condomínios

Cerca de 80 mil pedidos de encomendas no Brasil não são entregues aos destinatários por falta de quem as receba. Lockin vem solucionar esse problema.
Foto: Divulgação

Estar no lugar certo, na hora certa. Assim foi o início da história entre a Lockin, startup que desenvolve soluções para armários inteligentes, e a Smart, holding de investimentos de capital anjo.

Guto Schneider, durante o tempo de universidade, em 2019, notou que havia poucos armários e lockers no campus e que a burocracia e a falta de facilidade no acesso faziam com que os alunos também não tivessem interesse em utilizá-los. Então surgiu a ideia de fazer um serviço automatizado, onde o acesso aos armários fosse feito via aplicativo, com fechaduras inteligentes e aluguel mensal do espaço.

 

Guto Schneider e Frederico Ramalho, sócios da Lockin

“Levamos para frente a nossa ideia e fundamos a Lockin. Porém, percebemos que os alunos preferiam economizar 30 reais para uma assinatura de streaming e carregar seus materiais e pertences consigo”, relembra Schneider.

Com os negócios não caminhando, apesar da boa ideia, foi em um churrasco na cidade de Londrina que o fundador da Lockin teve sua sorte mudada. Ao contar em uma roda sobre o insucesso de seu empreendimento, um dos ouvintes se interessou e apresentou Guto Schneider a um conhecido, que era sócio da Smart Value Investment (SVI).

E a partir daí os rumos se transformaram. Um dos pontos fortes da Smart é investir em smart money, ou seja, capital intelectual, e antes de aportar qualquer valor na Lockin, foram meses de negociações e sabatinas para entender o potencial do negócio e como isso poderia ser escalado.

O primeiro passo foi entender o nicho de negócio e onde poderia haver lacunas. A solução: investir em construir armários inteligentes em condomínios para o recebimento de encomendas, delivery, cartas, sem qualquer necessidade de um porteiro e com a segurança necessária.

Assim, os armários que no começo da Lockin seriam para atender a alunos, começaram a sanar uma dor muito comum em condomínios. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios, no Brasil, cerca de ⅓ da população, ou 68 milhões de pessoas, moram em condomínios. E receber encomendas é sim um problema, especialmente se não existe uma portaria 24 horas.

Armários inteligentes reduzem extravios e são de uso ágil

Dessa maneira, a tecnologia da Lockin permite que um entregador chegue até os armários, selecione o apartamento, o bloco e o tamanho da porta que precisa e deixe a encomenda no local. Após fechar a porta do armário, um recibo é emitido para o entregador e um SMS é enviado ao morador avisando da entrega. Quando ele quiser ir buscar o pedido, basta digitar o código de acesso enviado ao aplicativo e acessar o armário.

“Isso diminui o número de extravios por confusão de porteiros, anotar pedidos em caderninhos ou mesmo alocar os produtos em locais inadequados. Quanto ao delivery, também não existe mais o problema de ‘não receber o entregador’. Brincadeiras à parte, dá para pedir a comida e tirar um cochilo”, explica o fundador da Lockin.

Em relação ao plano de negócios, os contratos são sempre fechados com as administradoras do condomínio, que fazem os trâmites legais até permitir o acesso aos moradores. Isso possibilitou uma escalabilidade muito maior nos negócios.

Atualmente a empresa está presente em 14 estados do Brasil, e os negócios seguem de vento em popa. Na primeira rodada com a SVI, foram levantados junto aos investidores cerca de R$ 200 mil, valor utilizado em pesquisa, desenvolvimento, contratação de equipe e compra de equipamentos e desenvolvimento de negócios. Outros R$ 200 mil também já foram aportados no negócio por outro grupo de investidores na mesma rodada, o PoliAngels.

Para 2023, ainda com a mentoria do time da SVI, a empresa busca crescer cerca de 100% no faturamento. Em 2022, a empresa conseguiu atingir R$ 1 milhão de reais em faturamento, e já projeta para este ano chegar na casa dos 2 milhões, escalando ainda mais os negócios com armários em todos os estados do Brasil. Além disso, a Lockin está participando de outra rodada de investimento, para captar fundos que ajudem na robustez das operações, como por exemplo, comprar mais matéria-prima para montar os armários, que custam em torno de 15 mil reais cada um.

“Para você que é empreendedor, é sempre importante falar do seu negócio e ter paixão por ele. A gente nunca sabe aonde a informação pode chegar. Ter essa experiência com o time da Smart foi fundamental, e me ensinou também o quanto é valoroso investir em pessoas”, celebra Guto Schneider.

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