Minas Gerais está vivenciando uma das piores crises climáticas de sua história em 2024. A seca prolongada e a falta de chuvas já causaram prejuízos estimados em bilhões de reais, afetando centenas de milhares de pessoas em todo o estado. Segundo a Confederação Nacional de Municípios (CNM), cerca de 160 municípios foram diretamente impactados, com prejuízos que somam mais de R$4 bilhões, especialmente nas áreas rurais, onde a falta de água tem prejudicado severamente a produção agrícola. A quebra de safra, além de comprometer a economia local, ameaça a segurança alimentar das comunidades dependentes dessas atividades.
Outro problema que agrava a situação são os incêndios florestais, que continuam a avançar em várias regiões de Minas Gerais. A combinação entre a estiagem severa e o descontrole das queimadas tem causado danos imensos à vegetação, à qualidade do ar e à saúde pública, afetando diretamente mais de 190 mil pessoas em 16 cidades. Esses incêndios já geraram prejuízos na casa dos milhões, somando-se ao impacto geral da crise climática no estado.
Diante desse cenário, o Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), juntamente com parceiros, lançou a Bússola 2024, uma iniciativa que busca orientar tanto candidatos quanto cidadãos para que assumam o compromisso de promover cidades mais sustentáveis e resilientes.
O documento surge a partir de uma série de seminários virtuais realizados em parceria com outras organizações da sociedade civil e que reuniu especialistas do setor público, setor privado, academia e sociedade civil. Foram propostas, então, ações para os municípios, com base na conexão entre políticas públicas municipais interrelacionadas. As propostas que podem ser incorporadas pelos municípios e exemplos de políticas públicas resilientes estão divididos em cinco eixos prioritários ABCDE: Água e alimentos; Biodiversidade e Biomas; Clima, Cidade e Comunidades; Democracia Participativa, Dados e Desigualdades; e Economia Verde e Equidade.
Na capital mineira, apenas Duda Salabert (PDT), que ficou de fora do segundo turno, havia assinado termo de compromisso com o guia. A ideia do IDS agora é apresentar as propostas para os prefeitáveis que ainda disputam o pleito, Bruno Engler (PL) e Fuad Noman (PSD).
“Queremos deixar claro que o enfrentamento às mudanças climáticas é apartidário, é uma questão fundamental para a justiça social e desenvolvimento econômico. Sem proteger o meio ambiente, não conseguiremos manter a nossa vida na Terra. Por isso, o engajamento de vereadores e prefeitos é tão importante”, diz Carolina Mattar, diretora-executiva do IDS.
Sobre o IDS
O Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS) é uma organização dedicada à promoção da democracia participativa, à sustentabilidade e à justiça social. Por meio de projetos, pesquisas e iniciativas inovadoras, o IDS busca contribuir para o desenvolvimento de políticas públicas mais eficientes e inclusivas.