“Quimera”, nova exposição da Casa Fiat de Cultura, desvenda os personagens de um safari onírico

Em sua primeira exposição individual, o artista Paulo Agi apresenta pinturas que propõem uma reflexão sobre a relação entre o homem e a natureza

 

A fauna do Cerrado, do Pantanal e dos Campos Rupestres – biomas característicos de Minas Gerais, do Mato Grosso do Sul e de São Paulo – retratada em imagens fabulosas e enigmáticas. Essa é a proposta de “Quimera”, nova exposição da Casa Fiat de Cultura. Em exibição de 21 de janeiro a 16 de março de 2025, com oito obras do artista visual sul-mato-grossense Paulo Agi, a mostra, por meio da pintura, expande e aprofunda a pesquisa pictórica do artista e incorpora cenas da natureza para construir narrativas que confundem as percepções de ilusão e de realidade. A exposição foi escolhida no 8º Programa de Seleção da Piccola Galleria e terá sua abertura marcada por um bate-papo com o artista, seguido de visita mediada, no dia 21 de janeiro, às 19h30, na Casa Fiat de Cultura. Toda a programação é gratuita.

Paulo Agi apresenta em “Quimera” seis obras em óleo sobre tela e duas em carvão, em pequenos e grandes formatos, que atuam como uma reverberação de questões contemporâneas e refletem sobre o antropoceno e o protagonismo do ambiente nas relações universais. Com cores e enquadramentos inusuais, o artista cria uma atmosfera de tensão, mistério e, por que não, magia. Apesar disso, ele explica que sua relação com a natureza e, principalmente, com a fauna se desenvolveu de forma muito natural. “Meu trabalho é um símbolo das lembranças do que já vi e vivi no Mato Grosso do Sul. São memórias que podem ou não ser fantasiosas”.

Para o crítico de arte e curador Henrique Menezes, que assina o texto curatorial da mostra, as imagens retratadas em “Quimera” são tão sombrias quanto incógnitas. “A pintura de Agi atribui um caráter mítico às cenas retratadas, nas quais cada revelação ocorre no instante exato que antecede a captura: tal como nas expedições científicas, onde câmeras ocultas aguardam o momento decisivo, suas telas operam como um registro em infravermelho – desbravando a noite, alumiando o desconhecido.”

A técnica utilizada nas obras está baseada na subtração da matéria. “Nos trabalhos em carvão, preencho a tela de preto e faço o desenho apagando o fundo com a borracha. Já nas telas em óleo, crio o fundo com uma cor e retiro finas camadas de tinta para construir a luz em cada pintura”, esclarece Agi. Um processo que impressiona no resultado: as pinturas parecem evocar uma presença furtiva, que se esquiva com destreza e se posiciona como um predador à espreita.

A exposição “Quimera” é uma realização da Casa Fiat de Cultura e do Ministério da Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Conta com o patrocínio da Fiat, copatrocínio da Stellantis Financiamento, do Banco Stellantis, do Banco Safra e da Sada. O evento tem apoio institucional do Circuito Liberdade, além do apoio do Governo de Minas e do Programa Amigos da Casa.   

Lista de obras

·       Pelejar (2024)

·       Tudo vale (2024)

·       Lava (2024)

·       O que a noite não revela (2024)

·       Uma carta, Um poema (2024)

·       Azedume (2024)

·       Oráculo (2024)

·       Seiva (2024)

Abertura

No dia 21 de janeiro, às 19h30, o artista visual Paulo Agi irá, em um bate-papo com o público, detalhar todo o seu processo de criação, inspirações e técnicas utilizadas. Ele também vai compartilhar suas reflexões sobre o imaginário e suas memórias. O encontro também contará com a presença do artista plástico belo-horizontino Iago Gouvêa e será finalizado em uma visita mediada pela galeria. A participação é gratuita, sem a necessidade de inscrição.

Paulo Agi

Nasceu em 1997, em Paranaíba, no interior do Mato Grosso do Sul. Atualmente reside e trabalha em São Paulo, onde se formou artista visual pela Belas Artes e iniciou sua produção através da pintura e do desenho. Sua pesquisa parte de experiências e familiaridade por um ambiente interiorano, e busca reconstruir memórias concretas ou imaginárias utilizando símbolos da natureza e paisagem como as nuvens e os animais do campo e da fauna pantaneira.

Piccola Galleria   

O espaço é destinado a artistas da cena contemporânea e foi criado em 2016, com o intuito de incentivar a produção nacional e internacional. Os artistas são selecionados por uma comissão de especialistas, que, nesta 8ª edição, contou com Genesco Sousa, professor da Escola de Design da UEMG, artista e pesquisador; Maria Eduarda Marques, curadora independente, doutora em história social da cultura e escritora; e Iuri Sarmento, artista visual. O processo se realizou 100% online, de modo a facilitar a inscrição de pessoas de todo o Brasil. No total, mais de 200 trabalhos foram enviados, e a avaliação dos jurados também se deu no formato virtual.  

A proposta é apresentar e destacar trabalhos inéditos – pinturas, desenhos, gravuras, esculturas, fotografias, instalações, performances e/ou videoarte – de artistas locais, brasileiros ou estrangeiros. Além de Paulo Agi, outros cinco artistas foram selecionados na 8ª edição, e serão exibidos na programação de 2025/2026.

As exposições selecionadas contam com ações do Programa Educativo, desenvolvidas em conjunto com a curadoria de cada mostra. São realizadas visitas mediadas para públicos agendados e espontâneos, além de ações especiais de comunicação em todos os canais da Casa Fiat de Cultura. A mediação é feita com recursos de acessibilidade, para ampliar o acesso do público e a visibilidade dos artistas. 

Nas sete edições já realizadas, o Programa de Seleção da Piccola Galleria apresentou o trabalho de 40 artistas, abrigou mais de 450 obras e recebeu um público de 500 mil pessoas. A sala expositiva é um ambiente dedicado às artes visuais e sua criação marcou os 10 anos da Casa Fiat de Cultura. Situada ao lado do painel “Civilização Mineira”, de Candido Portinari, no hall principal da Casa Fiat de Cultura, o pequeno recinto é destinado a exposições de curta duração, mas com toda a visibilidade que a instituição enseja. Local intimista e com grande circulação de público, conta com a chancela da Casa Fiat de Cultura e do Circuito Liberdade, um dos mais importantes corredores culturais do país.  

Casa Fiat de Cultura  

A Casa Fiat de Cultura cumpre importante papel na transformação do cenário cultural brasileiro, ao realizar prestigiadas exposições. A programação estimula a reflexão e interação do público com várias linguagens e movimentos artísticos, desde a arte clássica até a arte digital e contemporânea. Por meio do Programa Educativo, a instituição articula ações para ampliar a acessibilidade às exposições, desenvolvendo réplicas de obras de arte em 3D, materiais em braille e atendimento em libras. Mais de 90 mostras, de consagrados artistas brasileiros e internacionais, já foram expostas na Casa Fiat de Cultura, entre os quais Caravaggio, Rodin, Chagall, Tarsila, Portinari entre outros. Há 18 anos, o espaço apresenta uma programação diversificada, com música, palestras, residência artística, além do Ateliê Aberto – espaço de experimentação artística – e de programas de visitas com abordagem voltada para a valorização do patrimônio cultural e artístico. A Casa Fiat de Cultura é situada no histórico edifício do Palácio dos Despachos e apresenta, em caráter permanente, o painel de Portinari, Civilização Mineira, de 1959. O espaço integra um dos mais expressivos corredores culturais do país, o Circuito Liberdade, em Belo Horizonte. Mais de 4 milhões de pessoas já visitaram suas exposições e 700 mil participaram de suas atividades educativas.

SERVIÇO  
Exposição “Quimera”, de Paulo Agi, na Casa Fiat de Cultura  
Período expositivo: 21 de janeiro a 16 de março de 2025
Visitação presencial: terça-feira a sexta-feira das 10h às 21h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h (exceto segundas-feiras)
Tour virtual no site: www.casafiatdecultura.com.br   

Bate-papo e visita com o artista Paulo Agi
21 de janeiro, às 19h30, na Casa Fiat de Cultura
Participação gratuita, sem necessidade de retirada de ingresso

Toda programação da Casa Fiat de Cultura é gratuita

Casa Fiat de Cultura   
Praça da Liberdade, 10 – Funcionários – BH/MG 
Circuito Liberdade

Horário de Funcionamento
Terça-feira a sexta-feira, das 10h às 21h  
Sábado, domingo e feriado, das 10h às 18h   

Informações  
www.casafiatdecultura.com.br
casafiatdecultura@stellantis.com
facebook.com.br/casafiatdecultura
Instagram: @casafiatdecultura
Twitter: @casafiat
YouTube: Casa Fiat de Cultura

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Participa da política de difusão da música sinfônica promovida pelo Governo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado (FCS), a partir da realização dos projetos Concertos da Liberdade – Sinfônica ao Meio-Dia e Sinfônica em Concerto –, Concerto nos Parques, Concertos Comentados e Sinfônica Pop, além de integrar as temporadas de óperas realizadas pela FCS. Mantém permanente aprimoramento da sua performance executando repertório que abrange todos os períodos da música sinfônica, além de grandes sucessos da música popular. Ligia Amadio é a sua atual regente titular e diretora musical. FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO – Com a missão de fomentar a criação, formação, produção e difusão da arte e da cultura no estado, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) é vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult). Artes visuais, cinema, dança, música erudita e popular, ópera e teatro constituem alguns dos campos onde se desenvolvem as inúmeras atividades oferecidas aos visitantes do Palácio das Artes, CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais – e Palácio da Liberdade, espaços geridos pela FCS. A Instituição é responsável também pela gestão dos corpos artísticos – Cia de Dança Palácio das Artes, Coral Lírico de Minas Gerais e Orquestra Sinfônica de Minas Gerais –, do Cine Humberto Mauro, das Galerias de Arte e do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart). A Fundação Clóvis Salgado é responsável, ainda, pela gestão do Circuito Liberdade, do qual fazem parte o Palácio das Artes, Palácio da Liberdade e a CâmeraSete. Em 2021, quando celebrou 50 anos, a FCS ampliou sua atuação em plataformas virtuais, disponibilizando sua programação para público amplo e variado. O conjunto dessas atividades fortalece seu caráter público, sendo um espaço de todos e para todas as pessoas

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