No meio do caminho tinha um bueiro. Do espaço público para dentro da galeria de arte, entre a gravura e a monotipia, o processo criativo da artista visual Rafaela Angeli se apropria do que está abaixo dos nossos pés: as tampas dos bueiros. As obras mapeiam os lugares e as memórias através de uma impressão manual única daquilo que é ordinário e efêmero no cotidiano.
Subvertendo o peso do ferro fundido dos bueiros em gravuras leves que despertam curiosidade, a artista convida o público a subir e descer os morros de Belo Horizonte, por meio de sua obra que ultrapassa as paredes do espaço, ressaltando a vitalidade da arte que vem das ruas e fomentando a importância do direito à cidade. Obras que repercutem — ecoam das ruas —, espaços, cantos e geometrias daquilo que está no espaço público.
A sensibilidade e o olhar dinâmico e criativo de Rafaela Angeli estão ali impressos, transmitindo originalidade e novas formas de sentir e viver a cidade. Ao sair da exposição, é possível que você, visitante, continue interagindo com a mostra, buscando encontrar pelo caminho, outros bueiros que possam inspirar a artista.
Mariana Guieiro e Mozileide Neri
Texto Curatorial
Elis Starling e Mariana Guieiro
Curadoria