O balão intragástrico vem caindo no gosto de quem sonha em perder peso sem procedimentos invasivos. E não é por acaso. Além de ser uma técnica mais simples do que a cirurgia bariátrica, por exemplo, seus resultados vêm atraindo diversas pessoas que sofrem com obesidade às clínicas especializadas. E, diferentemente do pós-operatório da redução de estômago, o balão permite uma rápida retomada à rotina.
Leonardo Salles, do Instituto Mineiro de Obesidade (IMO), clínica localizada no Bairro de Lourdes, região central de Belo Horizonte, confirma que a busca pelo procedimento vem crescendo com frequência. “Muitas pessoas que sofrem com a obesidade desejam perder peso, mas esbarram no medo diante dos riscos existentes nas cirurgias mais invasivas. Além disso, há restrições na recuperação que não é tão simples. Por isso, o uso do balão vem realmente chamando a atenção”, revela.
Ele explica que o balão intragástrico é inserido no estômago do paciente através de uma endoscopia. O instrumento é inflado num tamanho suficiente para dar a sensação de saciedade, tornando a redução do peso um processo mais natural. “O balão atua como uma válvula, diminuindo a velocidade de passagem do alimento pelo estômago, e assim o paciente consegue ter saciedade por quatro a seis horas comendo apenas 200gr”, explica o médico do IMO.
O balão deve permanecer no estômago no período de seis a 12 meses, dependendo da demanda de cada paciente. Dentro de um ano, há uma projeção de queda em torno de 20% a 30% do peso. “Com o estômago parcialmente preenchido, a sensação de estar cheio faz reduzir consideravelmente a fome. Mas é muito importante que o paciente entenda conceitualmente o tratamento com o balão. Tratar peso e tratar obesidade não coisas diferentes, e o foco do Instituto é justamente usar a alavanca do emagrecimento para fazer o tratamento da obesidade, com auxílio de uma equipe multidisciplinar completa com nutrição, psicologia, endocrinologia e psiquiatria, e através desse tratamento ter o conhecimento e controle dos mecanismos de ganho de peso individuais de cada paciente”, orienta Leonardo Salles.
Balão também serve para quem não pode fazer bariátrica
Outra vantagem do balão é que ele também serve para os pacientes que não podem fazer a cirurgia bariátrica. É o caso de pessoas que sofrem de doenças cardiovasculares mais sérias, alguma doença hepática, doenças pulmonares ou renais, insuficiência respiratória ou se é muito novo ou muito velho para fazer a cirurgia.
“Não que o uso do balão não tenha contraindicações, mas a lista é bem menor no caso do procedimento. Mulheres gestantes ou em período de amamentação, que tenham doenças autoimunes não controladas, pacientes que fizeram cirurgia no estômago ou no esôfago, dentre outros impedimentos, não podem recorrer ao tratamento. Por isso, é muito importante antes conversar com um especialista para compreender se é possível em cada caso específico”, finaliza o médico do IMO.