Atenção aos ovos de Páscoa: o presente pode virar problema

Crédito: banco de dados do canva

Especialista esclarece o que pais e responsáveis precisam observar antes de presentear as crianças

Com a chegada da Páscoa, supermercados e lojas são tomados por corredores coloridos e prateleiras lotadas de ovos de chocolate — muitos deles recheados de surpresas. Mas junto com a magia dessa época, surgem também os riscos: produtos mal armazenados, rotulagem incompleta e até brindes sem segurança certificada podem comprometer a saúde de quem consome.

Se você ainda não comprou o presente das crianças, atenção: a escolha do ovo de Páscoa deve ir além da marca ou do personagem preferido. A embalagem guarda pistas importantes sobre a procedência e a qualidade do que está dentro.

“Um ovo de chocolate mal armazenado, por exemplo, pode sofrer alterações que não são visíveis a olho nu, mas que afetam a textura, o sabor e até a segurança do produto”, alerta Paula Eloize, especialista em segurança dos alimentos e idealizadora da Food Smart. “E quando falamos de crianças, todo cuidado é pouco”.

Brindes no ovo: nem todo presente é brinquedo seguro

É comum que os ovos voltados ao público infantil tragam brindes — e é aí que mora um dos principais pontos de atenção. Quando o item que acompanha o chocolate for classificado como brinquedo, a embalagem deve conter, obrigatoriamente, a seguinte frase: “Atenção: contém brinquedo certificado no âmbito do Sistema Brasileiro da Avaliação da Conformidade”.

Além disso, é exigida a indicação da faixa etária apropriada ou, caso o item não ofereça riscos, uma frase afirmando a inexistência de restrição de idade. Canecas, maletas e outros brindes utilitários não são considerados brinquedos, e por isso seguem outras normas — o que exige ainda mais atenção dos pais na hora da compra.

“O selo de conformidade garante que o produto foi testado e não representa perigo para a criança. Ignorar essa informação pode colocar a saúde em risco, especialmente para crianças pequenas, que podem engolir peças ou se ferir com objetos inadequados”, ressalta Paula Eloize.

Peso real, e não o número, é o que importa

Uma dúvida recorrente entre consumidores é sobre a numeração dos ovos. Muita gente acredita que um ovo “número 20” pesa mais que um “número 15”, mas a verdade é que essas escalas não seguem um padrão entre marcas.

Cada fabricante adota seu próprio critério. Por isso, o que deve ser levado em conta é o peso líquido do chocolate, que precisa estar claramente indicado na embalagem, sem contar a embalagem nem os brindes.

“Essa informação é obrigatória por lei. O consumidor tem direito de saber exatamente quanto está pagando por chocolate — e quanto está pagando por papel, laço ou brinquedo”, explica.

Chocolate não é só sobremesa: é alimento e deve seguir regras

Apesar de não ser um produto perecível nos moldes convencionais, o chocolate também sofre com mudanças de temperatura, umidade e exposição à luz. Texturas estranhas, cheiro de gordura rançosa ou aparência opaca são indícios de que houve problema no armazenamento — seja na loja, na fábrica ou até em casa.

“O chocolate deve ser armazenado em local fresco, seco e longe da luz solar direta. Guardar na geladeira também não é ideal, porque altera a textura e pode provocar condensação”, explica a especialista.

Além disso, chocolates com recheios — como trufas, cremes e licores — têm prazo de validade mais curto e são mais suscetíveis a alterações microbiológicas.

O que todo consumidor precisa observar na hora da compra

Data de validade e lista de ingredientes devem estar legíveis e atualizadas.

Peso líquido do chocolate, sem contar embalagem e brindes.

Rotulagem do brinde, especialmente se for brinquedo, com selo de conformidade e indicação de faixa etária.

Condições de armazenamento da loja: calor, umidade e prateleiras expostas ao sol são sinais de alerta.

Embalagem intacta: evite produtos amassados, violados ou com manchas estranhas.

Mais do que um presente, um compromisso com a segurança

Presentear com chocolate faz parte da tradição, mas não pode ser feito no automático. Escolher com atenção é também um gesto de cuidado, especialmente com as crianças — que esperam mais do que sabor: esperam confiança.

“Segurança dos alimentos é responsabilidade de todos: de quem produz, de quem vende e de quem compra. Na Páscoa, isso também se aplica ao chocolate”, conclui Pa

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