Um dos promissores violoncelistas brasileiros, Luiz Fernando Venturelli, faz sua estreia com a Filarmônica de Minas Gerais nos dias 28 e 29 de agosto, às 20h30, na Sala Minas Gerais, em um concerto escrito por Shostakovich para seu amigo Mstislav Rostropovich, um dos mais renomados instrumentistas do século XX. Completa o programa uma dramática e intensa sinfonia do grande compositor russo Tchaikovsky, Manfred, op. 58, inspirada no poema homônimo de Lord Byron. A regência é do maestro Fabio Mechetti, Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais. Os ingressos estão à venda no site www.filarmonica.art.br e na bilheteria da Sala Minas Gerais, a partir de R$ 39,60 (inteira) e R$ 19,80 (meia).
Este projeto é apresentado pelo Ministério da Cultura e pelo Governo de Minas Gerais por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Mantenedor: Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais. Patrocínio: Itaú Unibanco. Apoio: Circuito Liberdade e Programa Amigos da Filarmônica. Realização: Instituto Cultural Filarmônica, Governo de Minas Gerais, Funarte, Ministério da Cultura e Governo Federal.
Maestro Fabio Mechetti, Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais
Desde 2008, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, sendo responsável pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos no cenário musical brasileiro.
Construiu uma sólida carreira nos Estados Unidos, onde esteve à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville por quatorze anos (1999–2014), tendo recebido o título de Regente Titular Emérito. Foi também Regente Titular das orquestras sinfônicas de Syracuse (1992–1999) e de Spokane (1993–2004), nesta última atuando como Regente Laureado. Em 2014, tornou-se o primeiro maestro brasileiro a assumir a Regência Titular de uma orquestra asiática, ao aceitar o convite da Orquestra Filarmônica da Malásia, onde permaneceu por dois anos.
Ainda nos Estados Unidos, atuou como Regente Associado de Mstislav Rostropovich, na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington, com a qual se apresentou no Kennedy Center e no Capitólio. Foi também Regente Residente da Orquestra Sinfônica de San Diego. Estreou no Carnegie Hall, em Nova York, conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey, e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É presença constante nos festivais de verão nos Estados Unidos, como os de Grant Park, em Chicago, e Chautauqua, em Nova York.
Vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti rege regularmente na Escandinávia, com destaque para a Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a Orquestra de Helsingborg, na Suécia. Na Finlândia, dirigiu a Filarmônica de Tampere; na Itália, a Orquestra Sinfônica de Roma e a Orquestra do Ateneo, em Milão; na Dinamarca, a Filarmônica de Odense; na Escócia, a BBC Scottish Symphony; além de ter conduzido a Sinfônica Nacional da Colômbia e estreado no Festival Casals com a Sinfônica de Porto Rico. Na Argentina, rege regularmente a Filarmônica do Teatro Colón.
No Brasil, tem sido convidado a reger a Osesp, a Sinfônica Brasileira, as orquestras municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro, a Sinfônica do Paraná, a Petrobrás Sinfônica, entre outras. Trabalhou com artistas como Alicia de Larrocha, Thomas Hampson, Frederica von Stade, Arnaldo Cohen, Nelson Freire, Antonio Meneses, Emanuel Ax, Gil Shaham, Midori, Evelyn Glennie e Kathleen Battle, entre outros.
Natural de São Paulo, Fabio Mechetti é Mestre em Composição e em Regência pela Juilliard School de Nova York.
Luiz Fernando Venturelli, violoncelo
Um dos mais promissores violoncelistas a despontar na música brasileira nos últimos anos, Luiz Fernando Venturelli tem se apresentado como solista com as principais orquestras do país e realizado concertos, recitais e colaborações de câmara pelas Américas, Europa e Ásia. Em 2023, foi agraciado com uma bolsa do Gurrena Fellowship da Meadowmount School of Music e venceu o Concurso Nacional Astral Artists. É também vencedor do 24º Concurso Anual Sphinx e do Concurso Paulo Bosisio. Com o Galvin Cello Quartet, grupo do qual é membro fundador, conquistou o primeiro lugar no Concurso Victor Elmaleh da Concert Artists Guild, em 2022. Nascido em uma família de músicos, Luiz começou seus estudos musicais aos três anos de idade e iniciou no violoncelo aos oito, no Instituto Baccarelli, em São Paulo. Concluiu seu Bacharelado e seu Mestrado na Northwestern University, sob orientação de Hans Jørgen Jensen. Este é o seu concerto de estreia com a Filarmônica de Minas Gerais.
Repertório
Dmitri Shostakovich (São Petersburgo, Rússia, 1906 – Moscou, Rússia, 1975) e a obra Concerto para violoncelo nº 1 em Mi bemol maior, op. 107 (1959)
Shostakovich dedicou os dois concertos que escreveu para violoncelo ao seu ex-aluno do Conservatório de Moscou, o promissor Mstislav Rostropovich, que viria a se tornar um dos mais aclamados violoncelistas de todos os tempos. Quando Shostakovich compôs seu Concerto para violoncelo nº 1, Rostropovich estava com 32 anos e pronto para iniciar uma brilhante carreira internacional. A composição teve início em junho de 1959, e, cerca de um mês depois, a partitura completa já estava pronta. Na noite de 2 de agosto, Rostropovich recebeu em casa a sua cópia. Em quatro dias, aprendeu toda a obra de cor e correu para a casa de campo de Shostakovich, a fim de tocar-lhe a música. O Concerto foi estreado em 4 de outubro de 1959, em Leningrado (São Petersburgo), com Rostropovich ao violoncelo e a Orquestra Filarmônica de Leningrado, sob a direção de Yevgeny Mravinsky.
O Concerto tem uma estrutura incomum, e pode ser organizado em duas partes. A primeira, mais breve, refere-se ao primeiro movimento, enquanto a segunda contém os movimentos restantes, que são executados sem intervalo. O primeiro movimento (“Allegretto”) é vigoroso e o mais dramático dos quatro. O segundo (“Moderato”), doce e calmo, possui, em seus últimos minutos, um diálogo de rara beleza entre a celesta e o violoncelo tocando harmônicos. O terceiro movimento (“Cadenza”) é a cadência do solista, que faz uma bela ponte entre a leveza do segundo movimento e a agitação do último. O quarto movimento (“Allegro con moto”) é o mais brilhante de todos e, como habitualmente na música russa, desde Tchaikovsky, busca sintetizar o material musical dos movimentos anteriores.
Piotr Ilitch Tchaikovsky (Votkinsk, Rússia, 1840 – São Petersburgo, Rússia, 1893) e a obra Manfred, op. 58 (1885)
A ideia de criar uma nova obra sinfônica a partir do poema “Manfred”, de Lord Byron (a primeira adaptação foi composta por Schumann, em 1848), surgiu do influente crítico de arte russo Vladimir Stasov, que concebeu e apresentou um programa em quatro movimentos ao compositor nacionalista Mily Balakirev. Este, por sua vez, decidiu encaminhar a tarefa a um de seus ídolos, Hector Berlioz, que, anos antes, havia criado a sinfonia programática Haroldo na Itália, igualmente inspirada na lírica de Byron. O ano era 1868 e Berlioz, já em idade avançada, optou por declinar a oferta. Desanimado, Balakirev abandonou o projeto, deixando-o engavetado até 1882, quando encontrou a pessoa perfeita para realizá-lo.
Tchaikovsky e Balakirev já haviam trabalhado juntos anteriormente na partitura de Romeu e Julieta, mas o feitio autoritário de Balakirev fez com que Tchaikovsky se afastasse. Quando o colega retomou contato, Tchaikovsky, a princípio, não se interessou pela proposta. Dois anos mais tarde, em um encontro presencial em São Petersburgo, o sempre insistente Balakirev conseguiu convencê-lo a assumir a composição da peça.
Tchaikovsky escreveu a sinfonia Manfred em 1885, após uma temporada nos Alpes, onde visitou o violinista Yosif Kotek, seu amigo íntimo, que se encontrava em estágio terminal em razão da tuberculose. O tom faustiano do poema de Byron – cuja trama também se desenrola na região dos Alpes, representada de forma pastoral no terceiro movimento – encontra eco na melancolia subjetiva do compositor russo, resultando em uma obra de intensa dramaticidade, na qual as angústias do personagem-título são confrontadas com vislumbres angelicais de ternura, apenas para sucumbirem à culpa que o atormenta até o seu inevitável destino.
Filarmônica de Minas Gerais
Série Presto
28 de agosto – 20h30
Sala Minas Gerais
Série Veloce
29 de agosto – 20h30
Sala Minas Gerais
Fabio Mechetti, regente
Luiz Fernando Venturelli, violoncelo
SHOSTAKOVICH Concerto para violoncelo nº 1 em Mi bemol maior, op. 107
TCHAIKOVSKY Manfred, op. 58
INGRESSOS:
R$ 39,60 (Mezanino), R$ 54 (Coro), R$ 54 (Terraço), R$ 78 (Balcão Palco), R$ 98 (Balcão Lateral), R$ 133 (Plateia Central), R$ 172 (Balcão Principal) e R$ 193 (Camarote).
Ingressos para Coro e Terraço serão comercializados somente após a venda dos demais setores.
Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.
Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br
Bilheteria da Sala Minas Gerais
Horário de funcionamento
Dias sem concerto:
3ª a 6ª — 12h a 20h
Sábado — 12h a 18h
Em dias de concerto, o horário da bilheteria é diferente:
— 12h a 22h — quando o concerto é durante a semana
— 12h a 20h — quando o concerto é no sábado
— 09h a 13h — quando o concerto é no domingo
São aceitos:
- Cartões das bandeiras Elo, Mastercard e Visa
- Pix
ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS
A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais foi fundada em 2008 e tornou-se referência no Brasil e no mundo por sua excelência artística e vigorosa programação.
Conduzida pelo seu Diretor Artístico e Regente Titular, Fabio Mechetti, a Orquestra é composta por 90 músicos de todas as partes do Brasil, Europa, Ásia e das Américas.
O grupo recebeu numerosos prêmios e menções, sendo o mais recente o Prêmio Concerto 2024 na categoria CD/DVD/Livros, com o álbum com obras de Lorenzo Fernandez. A Orquestra já havia recebido Prêmio Concerto 2023 na categoria Música Orquestral, por duas apresentações realizadas no Festival de Inverno de Campos do Jordão, SP. o Grande Prêmio da Revista CONCERTO em 2020 e 2015, o Prêmio Carlos Gomes de Melhor Orquestra Brasileira em 2012 e o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Artes (APCA) em 2010 como o Melhor Grupo de Música Clássica do Ano.
Suas apresentações regulares acontecem na Sala Minas Gerais, em Belo Horizonte, em cinco séries de assinatura em que são interpretadas grandes obras do repertório sinfônico, com convidados de destaque no cenário da música orquestral. Tendo a aproximação com novos ouvintes como um de seus nortes artísticos, a Orquestra também traz à cidade uma sólida programação gratuita – são os Concertos para a Juventude, Filarmônica na Praça, os Concertos de Câmara e os concertos de encerramento do Festival Tinta Fresca e do Laboratório de Regência. Para as crianças e adolescentes, a Filarmônica dedica os Concertos Didáticos, em que mostra os primeiros passos para apreciar a música de concerto.
A Orquestra possui 18 álbuns gravados, entre eles quatro que integram o projeto Brasil em Concerto, do selo internacional Naxos junto ao Itamaraty. O álbum Almeida Prado – obras para piano e orquestra, com Fabio Mechetti e Sonia Rubinsky, foi indicado ao Grammy Latino 2020.
Ainda em 2020, a Filarmônica inaugurou seu próprio estúdio de TV para a realização de transmissões ao vivo de seus concertos, totalizando hoje mais de 100 concertos transmitidos em seu canal no YouTube, onde se podem encontrar diversos outros conteúdos sobre a orquestra e a música de concerto.
A Filarmônica realiza também diversas apresentações por cidades do interior mineiro e capitais do Brasil, tendo se apresentado também na Argentina e Uruguai. Em celebração ao bicentenário da Independência do Brasil, em 2022, realizou uma turnê a Portugal, apresentando-se nas principais salas de concertos do país nas cidades do Porto, Lisboa e Coimbra, além de um concerto a céu aberto, no Jardim da Torre de Belém, como parte da programação do Festival Lisboa na Rua, promovido pela Prefeitura de Lisboa.
A sede da Filarmônica, a Sala Minas Gerais, foi inaugurada em 2015, sendo uma referência pelo seu projeto arquitetônico e acústico. Considerada uma das principais salas de concertos da América Latina, recebe anualmente um público médio de 100 mil pessoas.
A Filarmônica de Minas Gerais é uma das iniciativas culturais mais bem-sucedidas do país. Juntas, Sala Minas Gerais e Filarmônica vêm transformando a capital mineira em polo da música sinfônica nacional e internacional, com reflexos positivos em outras áreas, como, por exemplo, turismo e relações de comércio internacional.