Apresentação integra a série “Fora de Série”, realizada aos sábados, e destaca o balé russo na música de concerto
O balé russo define de forma marcante as grandes obras-primas do século XX. Neste concerto da série “Fora de Série”, que, neste ano, destaca “A Orquestra na Dança”, o público terá a oportunidade de vivenciar a fantasia contida em uma obra de Stravinsky que é inspirada pelo senso melódico inconfundível de Tchaikovsky, compositor que também está no programa, além da vibração enérgica da música nacionalista de Khachaturian. A apresentação será no dia 14 de junho, às 18h, na Sala Minas Gerais, sob a regência do maestro Fabio Mechetti, Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais. Os ingressos estão à venda no site www.filarmonica.art.br e na bilheteria da Sala, a partir de R$ 39,60 (inteira) e R$ 19,80 (meia).
Este projeto é apresentado pelo Ministério da Cultura e pelo Governo de Minas Gerais por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Mantenedor: Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais. Patrocínio: Pottencial Seguradora. Apoio: Circuito Liberdade e Programa Amigos da Filarmônica. Realização: Instituto Cultural Filarmônica, Governo de Minas Gerais, Funarte, Ministério da Cultura e Governo Federal.
Maestro Fabio Mechetti, Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais
Desde 2008, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, sendo responsável pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos no cenário musical brasileiro.
Ao ser convidado, em 2014, para o cargo de Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia, Fabio Mechetti tornou-se o primeiro maestro brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática. Depois de quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville, Estados Unidos, atualmente é seu Regente Titular Emérito. Foi também Regente Titular da Sinfônica de Syracuse e da Sinfônica de Spokane, da qual é Regente Laureado.
Foi regente associado de Mstislav Rostropovich, na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington, e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente.
Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais de verão nos Estados Unidos, entre eles, os de Grant Park, em Chicago, e Chautauqua, em Nova York.
Vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige, regularmente, várias orquestras na Escandinávia, na Itália, na Espanha, na Escócia, e várias orquestras latino-americanas, destacando-se a Filarmônica do Teatro Colón, e as Filarmônicas e Nacional da Colômbia.
No Brasil, foi convidado a dirigir a Estadual de São Paulo, a Sinfônica Brasileira, as municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro, a Petrobrás Sinfônica, entre outras. Trabalhou com artistas como Alicia de Larrocha, Thomas Hampson, Frederica von Stade, Arnaldo Cohen, Nelson Freire, Antonio Meneses, Emanuel Ax, Gil Shaham, Midori, Evelyn Glennie e Kathleen Battle, entre outros. Fabio Mechetti é Mestre em Composição e em Regência pela Juilliard School de Nova York.
Repertório
Piotr Ilitch Tchaikovsky (Votkinsk, Rússia, 1840 – São Petersburgo, Rússia, 1893) e a obra O quebra-nozes: Excertos (1892)
Igor Stravinsky (São Petersburgo, Rússia, 1882 – Nova York, Estados Unidos, 1971) e a obra O beijo da fada: Divertimento (1892)
Ara Khachaturian (Tbilisi, Geórgia, 1903 – Moscou, Rússia 1978) e a obra Gayane: Suíte nº 2 (1943)
O balé chegou à Rússia poucos anos depois de ganhar popularidade nas cortes suntuosas de Luís XIV, monarca da França, ainda no século XVII. Estima-se que a primeira apresentação em solo russo tenha acontecido em 1673. Naquele tempo, o balé era um entretenimento praticamente exclusivo da nobreza e fortemente vinculado à ópera. Seu sucesso entre a aristocracia francesa logo chamou a atenção do czar Pedro, o Grande, que andava interessado em reexaminar o isolamento histórico de seu país e permitir maior abertura para os costumes dos vizinhos considerados mais “modernos” e “desenvolvidos”.
Outro marco fundamental foi a criação, em 1738, da Escola de Balé Imperial, uma das mais importantes instituições do balé russo. Com o processo de ocidentalização em curso, vários artistas estrangeiros renomados foram convidados a atuar em Moscou e na nova capital do recém-instituído Império Russo, São Petersburgo. A presença desses coreógrafos e dançarinos aprimorou o ensino de dança entre a elite russa e ajudou a estabelecer a tradição local de formação de jovens bailarinos e bailarinas. Essa tradição é tão forte que a Escola de Balé Imperial existe até os dias de hoje, com o nome Academia de Balé Russo Vaganova, em homenagem à professora que estabeleceu um dos métodos de ensino de dança mais conhecidos e utilizados em todo o mundo.
Conhecida pela sua ênfase na precisão técnica e pela expressividade corporal, a escola russa foi se estabelecendo ao longo do século XIX até se tornar uma referência incontornável no campo da dança a partir do início do século XX. Nesse mesmo período, o balé começa a adquirir uma autonomia cada vez mais significativa da ópera – não só na Rússia, mas em toda a Europa – e se consolida, enfim, como uma forma canônica no campo da música de concerto. Já na segunda metade dos Oitocentos, o balé passa a ser compreendido de vez como um espetáculo de dança independente, no qual uma história é contada sem texto cantado, apenas com acompanhamento instrumental.
Uma grande parcela dos créditos por esse processo de emancipação do balé deve ser dada a compositores como Adolphe Adam, autor de Giselle (1841), e Leo Delibes, criador de Coppélia (1870) e Sylvia (1876). Mas o principal responsável por elevar o gênero a um novo patamar de sofisticação musical e popularidade foi um homem chamado Piotr Ilitch Tchaikovsky.
Tchaikovsky escreveu apenas três balés, mas são provavelmente os três balés mais famosos e executados de todo o repertório: O Lago dos Cisnes (1876), A Bela Adormecida (1888) e O Quebra-Nozes (1892). Inspirados em contos de fada e histórias populares, esses três trabalhos conseguem transmitir musicalmente, com eficácia e sensibilidade exemplares, todo o encantamento mágico que permeia suas tramas e personagens. Com eles, Tchaikovsky redefiniu a centralidade da música no balé, oferecendo-lhe um acompanhamento rítmico e melódico vívido, imaginativo e extremamente refinado, algo, até então, raramente encontrado nesse tipo de espetáculo.
Em O Quebra-Nozes, finalizado um ano antes da morte do compositor, encontramos algumas das melodias mais conhecidas de toda a música ocidental, trechos que se tornaram tão presentes na cultura popular que é difícil encontrar alguém que nunca os tenha ouvido ao menos uma vez. Entre os excertos selecionados para o concerto de hoje, estão alguns deles: a “Dança da fada açucarada”, com sua atmosfera de magia invocada pela celesta; a empolgante “Dança russa”; e a inesquecível “Valsa das flores”, uma das demonstrações definitivas da genialidade de Tchaikovsky para as formas dançantes.
Juntamente às brilhantes partituras, há outro elemento fundamental para a consolidação das obras de Tchaikovsky no cânone do balé clássico: as coreografias de Marius Petipa. Nascido na França e naturalizado na Rússia, Petipa foi, por mais de três décadas, o diretor e principal coreógrafo do Balé Imperial Russo – fundado juntamente com a Escola de Balé Imperial no século XVIII e, ainda hoje, uma das principais companhias de dança do mundo, com o nome Ballet Mariinsky. Além de ter comissionado O Quebra-Nozes a Tchaikovsky, Petipa criou versões imensamente populares de A Bela Adormecida e O Lago dos Cisnes, além de cerca de cinquenta outros trabalhos, tornando-se uma das figuras mais influentes na história do balé.
Ao longo do século XX, o legado do balé russo foi sedimentado e expandido por artistas que mantiveram vivos os clássicos dos mestres que os precederam, ao mesmo tempo em que criavam novas obras que rapidamente conquistaram os palcos. Dentre os compositores, talvez nenhum tenha causado um impacto tão duradouro quanto Igor Stravinsky e os seus três balés criados para a lendária companhia Ballets Russes, de Sergei Diaghilev: O Pássaro de Fogo (1910), Petrushka (1911) e a incendiária A Sagração da Primavera (1915), cuja famosa estreia em Paris escandalizou os ouvintes da época.
Desde as primeiras obras, algo que chamava a atenção em Stravinsky era a sua impressionante capacidade de absorver influências e reimaginá-las em uma roupagem própria, ao mesmo tempo distinta e curiosamente familiar. Dentre os balés, essa habilidade aparece de forma mais marcada em Pulcinella (1920), inspirada em peças para piano de Pergolesi, e em O Beijo da Fada, inspirada justamente em Tchaikovsky, seu compositor conterrâneo favorito. Para esse balé encantador e menos conhecido, Stravinsky selecionou melodias de canções e obras pianísticas escritas por Tchaikovsky na juventude, retrabalhando-as com tamanho cuidado que a sensação, por vezes, é de que O Beijo da Fada foi escrita pelo próprio Tchaikovsky. Seguindo a tradição do mestre, o balé se inspira em um conto de fadas sobre um rapaz que, quando bebê, foi marcado com um beijo por uma donzela das terras de gelo, para que pertencesse a ela por toda a eternidade.
Por fim, deixamos a fantasia um pouco de lado para explorar uma outra faceta do balé russo. Gayane é uma das obras mais célebres de Aram Khachaturian, compositor de origem armênia que, ao lado de Prokofiev e Shostakovich, tornou-se um dos principais nomes da música sinfônica produzida na União Soviética. Composto em 1942, o balé se passa em um colcoz na região sul da Armênia durante um período de guerra. Sua música é um caleidoscópio vibrante do folclore russo e caucasiano, com temas que favorecem o talento de Khachaturian para a execução de ritmos dançantes.
Filarmônica de Minas Gerais
Fora de Série – A Orquestra na Dança
14 de junho – 18h
Sala Minas Gerais
Fabio Mechetti, regente
TCHAIKOVSKY O Quebra-nozes: Excertos
STRAVINSKY O beijo da fada: Divertimento
KHACHATURIAN Gayane: Suíte nº 2
INGRESSOS:
R$ 39,60 (Mezanino), R$ 54 (Coro), R$ 54 (Terraço), R$ 78 (Balcão Palco), R$ 98 (Balcão Lateral), R$ 133 (Plateia Central), R$ 172 (Balcão Principal) e R$ 193 (Camarote).
Ingressos para Coro e Terraço serão comercializados somente após a venda dos demais setores.
Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.
Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br
Bilheteria da Sala Minas Gerais
Horário de funcionamento
Dias sem concerto:
3ª a 6ª — 12h a 20h
Sábado — 12h a 18h
Em dias de concerto, o horário da bilheteria é diferente:
— 12h a 22h — quando o concerto é durante a semana
— 12h a 20h — quando o concerto é no sábado
— 09h a 13h — quando o concerto é no domingo
São aceitos:
- Cartões das bandeiras Elo, Mastercard e Visa
- Pix
ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS
A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais foi fundada em 2008 e tornou-se referência no Brasil e no mundo por sua excelência artística e vigorosa programação.
Conduzida pelo seu Diretor Artístico e Regente Titular, Fabio Mechetti, a Orquestra é composta por 90 músicos de todas as partes do Brasil, Europa, Ásia e das Américas.
O grupo recebeu numerosos menções e prêmios, sendo o mais recente o Prêmio Concerto 2024 na categoria CD/DVD/Livros, com o álbum com obras de Lorenzo Fernandez. A Orquestra já havia recebido Prêmio Concerto 2023 na categoria Música Orquestral, por duas apresentações realizadas no Festival de Inverno de Campos do Jordão, SP. o Grande Prêmio da Revista CONCERTO em 2020 e 2015, o Prêmio Carlos Gomes de Melhor Orquestra Brasileira em 2012 e o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Artes (APCA) em 2010 como o Melhor Grupo de Música Clássica do Ano.
Suas apresentações regulares acontecem na Sala Minas Gerais, em Belo Horizonte, em cinco séries de assinatura em que são interpretadas grandes obras do repertório sinfônico, com convidados de destaque no cenário da música orquestral. Tendo a aproximação com novos ouvintes como um de seus nortes artísticos, a Orquestra também traz à cidade uma sólida programação gratuita – são os Concertos para a Juventude, Filarmônica na Praça, os Concertos de Câmara e os concertos de encerramento do Festival Tinta Fresca e do Laboratório de Regência. Para as crianças e adolescentes, a Filarmônica dedica os Concertos Didáticos, em que mostra os primeiros passos para apreciar a música de concerto.
A Orquestra possui 18 álbuns gravados, entre eles quatro que integram o projeto Brasil em Concerto, do selo internacional Naxos junto ao Itamaraty. O álbum Almeida Prado – obras para piano e orquestra, com Fabio Mechetti e Sonia Rubinsky, foi indicado ao Grammy Latino 2020.
Ainda em 2020, a Filarmônica inaugurou seu próprio estúdio de TV para a realização de transmissões ao vivo de seus concertos, totalizando hoje mais de 100 concertos transmitidos em seu canal no YouTube, onde se podem encontrar diversos outros conteúdos sobre a orquestra e a música de concerto.
A Filarmônica realiza também diversas apresentações por cidades do interior mineiro e capitais do Brasil, tendo se apresentado também na Argentina e Uruguai. Em celebração ao bicentenário da Independência do Brasil, em 2022, realizou uma turnê a Portugal, apresentando-se nas principais salas de concertos do país nas cidades do Porto, Lisboa e Coimbra, além de um concerto a céu aberto, no Jardim da Torre de Belém, como parte da programação do Festival Lisboa na Rua, promovido pela Prefeitura de Lisboa.
A sede da Filarmônica, a Sala Minas Gerais, foi inaugurada em 2015, sendo uma referência pelo seu projeto arquitetônico e acústico. Considerada uma das principais salas de concertos da América Latina, recebe anualmente um público médio de 100 mil pessoas.
A Filarmônica de Minas Gerais é uma das iniciativas culturais mais bem-sucedidas do país. Juntas, Sala Minas Gerais e Filarmônica vêm transformando a capital mineira em polo da música sinfônica nacional e internacional, com reflexos positivos em outras áreas, como, por exemplo, turismo e relações de comércio internacional.