O que você precisa saber sobre prevenção e cuidados no Alzheimer

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Especialista da Afya Educação Médica de Goiânia explica fatores de risco, hábitos protetores e avanços no diagnóstico

Setembro, 2025 – Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 50 milhões de pessoas vivem com demência no mundo, sendo o Alzheimer a forma mais comum, responsável por 60% a 70% dos casos. E, de acordo com a entidade, a previsão é que o número de diagnósticos triplique até 2050, ultrapassando 150 milhões. No Brasil, cerca de 1,8 milhão de pessoas convivem com a doença, um desafio crescente de saúde pública, sobretudo entre idosos com 80 anos ou mais.

O Alzheimer é uma condição neurodegenerativa progressiva que compromete memória, linguagem, raciocínio, comportamento e, em estágios avançados, até funções motoras básicas. Os primeiros sinais costumam ser confundidos com o envelhecimento natural, manifestando-se em esquecimentos frequentes, dificuldade para lembrar palavras ou compromissos e desorientação em lugares familiares. Com a progressão, surgem alterações de humor, dificuldade em realizar tarefas simples, perda de noção temporal, desconfiança e isolamento social, podendo evoluir para a perda total da autonomia em atividades essenciais, como se alimentar, se vestir ou reconhecer familiares.

Embora ainda não exista cura, a ciência mostra que fatores de estilo de vida podem reduzir significativamente o risco. O neurologistada Afya Goiânia, Dr. Heitor Felipe, ressalta que cerca de metade dos casos podem ser evitados. O especialista cita estudos do National Institutes of Health (NIH) que indicam até 60% menos risco para pessoas que adotam quatro ou cinco hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada, prática regular de atividade física, sono adequado, controle do colesterol, da pressão arterial e do diabetes, além de evitar cigarro e álcool. O tratamento de dificuldades auditivas também entra nessa lista de medidas preventivas.

O neurologista salienta ainda a relevância da saúde mental neste contexto: “Depressão, solidão e isolamento social aumentam o risco da doença, o que reforça a importância tanto de buscar ajuda para transtornos emocionais quanto de manter vínculos afetivos ao longo da vida”, explica.

Sintomas precoces e avanços no diagnóstico e tratamento

Embora a perda de memória e dificuldades na linguagem sejam os sintomas mais conhecidos, o especialista da Afya explica que outros sinais podem surgir anos antes, como alterações no sono, sintomas depressivos ou perda do olfato. Esses indícios, porém, não são exclusivos do Alzheimer, o que dificulta o diagnóstico precoce. Atualmente, não há exames capazes de prever com certeza o desenvolvimento da doença, exceto em casos genéticos raros.

Ainda assim, a medicina avançou na detecção e no tratamento. Queixas de memória, linguagem ou dificuldades no dia a dia não devem ser automaticamente atribuídas ao envelhecimento. Neurologistas, psiquiatras, geriatras e médicos de família podem investigar, diagnosticar e iniciar terapias. Dr Heitor Felipe reforça que embora não haja cura, os tratamentos disponíveis buscam retardar a progressão e melhorar a qualidade de vida, combinando medicamentos, estimulação cognitiva, acompanhamento psicológico, fisioterapia, terapia ocupacional e suporte familiar e social.

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