Curitiba sedia o segundo Seminário Saúde Indígena: Um SasiSUS para o Bem-Viver

Foto: Levi Tapuia/Sesai

Na quarta-feira (4), a Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) iniciou o segundo Seminário Saúde Indígena: Um SasiSUS para o Bem-Viver, desta vez com foco nas regiões Sul e Sudeste. O evento, que se estende até sexta-feira (6), ocorre em Curitiba.

A abertura contou com um Ritual Sagrado dos povos originários, seguido por uma plenária de boas-vindas aos cerca de 150 participantes, que incluem usuários do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS), conselheiros de saúde indígena, gestores e trabalhadores.

Estruturado em seis eixos temáticos, o seminário é um espaço de escuta e debate, com o objetivo central de aprimorar e fortalecer o sistema de saúde indígena, respeitando a diversidade e interculturalidade de cada região.

O secretário da Sesai, Weibe Tapeba, enfatizou a importância de regionalizar o seminário. “Nosso sistema precisa ser aprimorado, e com a realização dos seminários em todas as regiões, queremos garantir que todos sejam ouvidos. Este evento histórico permitirá gerar contribuições valiosas, pois, pela primeira vez, reunimos em um só espaço colaboradores, gestores e guardiões dos conhecimentos ancestrais”, afirmou.

Milena Kanindé, chefe de gabinete da Sesai, reforçou que cada etapa do seminário é fruto de demandas específicas. Ela explicou que os povos originários brasileiros possuem uma imensa diversidade étnica – com mais de 300 etnias espalhadas pelo país. Por isso, o aperfeiçoamento da Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (PNASPI) deve considerar essa pluralidade.

“Cada região tem sua própria maneira de conceber e complementar o que é saúde em determinados territórios. Dessa forma, construímos uma corrente única para aperfeiçoar a PNASPI. Este seminário é um marco importante para o Ministério da Saúde, especialmente na valorização e ampliação das práticas medicinais indígenas”, destacou.

A diretora do Departamento de Atenção à Saúde Indígena, Putira Sacuena, também ressaltou a relevância das práticas e inclusão das medicinas indígenas, profundamente enraizadas na sabedoria ancestral. “É essencial ouvir os envolvidos para desenvolver um sistema de saúde mais direcionado, que possa ser integrado ao modelo existente. Nosso objetivo é promover uma saúde mais inclusiva e diversa, valorizando e reconhecendo as diferentes formas de conhecimento que enriquecem o bem-estar integral das comunidades”, acrescentou.

As próximas etapas estão previstas para ocorrer nas regiões Norte e Centro-Oeste.

Confira abaixo os eixos temáticos abordados:

  • Integração dos sistemas indígenas de saúde: focado no fortalecimento das práticas medicinais indígenas e sua incorporação na Rede de Atenção à Saúde do SUS, além da criação do Programa Nacional de Medicina Indígena.
  • Programa Nacional de Saneamento Indígena: dedica-se à discussão sobre a criação desse programa, com foco na ampliação dos conceitos e das práticas de saneamento indígena, alinhadas à Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas.
  • Modelo de atenção e organização dos serviços de saúde: destinado a consolidar propostas para a organização dos serviços de saúde conforme as especificidades macrorregionais dos DSEI.
  • Determinantes Sociais em Saúde: objetiva identificar estratégias de cooperação e articulação para enfrentar os determinantes e condicionantes da saúde indígena, bem como os impactos de eventos climáticos extremos.
  • Gestão do trabalho e educação na saúde: aborda metodologias educacionais e de gestão do trabalho que respeitem as diversidades regionais e interculturais dos povos indígenas.
  • Controle social, gestão participativa e financiamento: trata da necessidade de discutir as estruturas de financiamento do SasiSUS, além de ressaltar a importância do controle social e da gestão participativa nas deliberações interfederativas, conforme suas competências.
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