Secretaria de Saúde alerta para prevenção e sintomas no Dia Mundial de Combate à Meningite

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Vacinas e exames laboratoriais para detecção da doença estão disponíveis pelo SUS em todo o estado

Embora o registro de casos de meningite no Brasil e em Minas Gerais seja esperado ao longo de todo o ano, dado que os agentes infecciosos da doença circulam no território brasileiro, esse agravo segue sendo uma preocupação para a saúde pública.

Por isso, no Dia Mundial de Combate à Meningite (5/10), a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) alerta para os possíveis sintomas da doença.

O subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG, Eduardo Prosdocimi, destaca que, devido à gravidade do quadro clínico, os casos demandam, em geral, a internação dos pacientes.

“Por se tratar de uma doença grave, sintomas como dor de cabeça, febre, vômitos associados a quadros de prostração intensa, irritação, rigidez de nuca ou convulsão indicam a necessidade de assistência médica com urgência”, afirma.

Como ocorre a transmissão?

A meningite ocorre a partir de infecção, causada por vírus, bactérias, fungos ou parasitas, que causa a inflamação das meninges (membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal).

No caso da meningite bacteriana, o agente infeccioso passa de uma pessoa para outra pelas vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta. Já outras bactérias podem se espalhar por meio dos alimentos, como é o caso da Listeria monocytogenes e da Escherichia coli.

As meningites virais podem ser transmitidas de diferentes formas, a depender do vírus causador da doença.

No caso dos Enterovírus, a contaminação é fecal-oral, e o vírus pode ser adquirido por contato próximo (tocar ou apertar as mãos) com uma pessoa infectada; tocar em objetos ou superfícies que contenham o vírus e depois tocar nos olhos, nariz ou boca antes de lavar as mãos, trocar fraldas de uma pessoa infectada, beber água ou comer alimentos crus que contenham o vírus. Já os arbovírus são transmitidos por meio da picada de mosquitos contaminados.

A meningite fúngica, por sua vez, não é transmitida de pessoa para pessoa. Geralmente os fungos são adquiridos pela inalação dos esporos (pequenos pedaços de fungos) que entram nos pulmões e podem chegar até as meninges. Alguns fungos encontram-se em solos ou ambientes contaminados com excrementos de pássaros ou morcegos.

Um outro fungo, chamado Cândida, que também pode causar meningite, geralmente é adquirido em ambiente hospitalar.

Os parasitas que causam a doença não são transmitidos de uma pessoa para outra e, normalmente, infectam somente animais. As pessoas são infectadas pela ingestão de produtos ou alimentos contaminados que tenham a forma ou a fase infecciosa do parasita.

Diagnóstico

Frente a um possível caso de meningite, o médico solicita a coleta de amostras de sangue e líquido cefalorraquidiano (líquor), para diagnosticar e detectar o agente infeccioso. Essa identificação específica é importante para o profissional saber exatamente como se deve tratar a infecção.

Todos os exames laboratoriais para diagnóstico de meningite estão disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e são solicitados pela equipe médica ou de vigilância epidemiológica durante o acompanhamento do caso.

Tratamento

Quanto às formas de tratamento da meningite, no caso da bacteriana é usada a antibioticoterapia em ambiente hospitalar, com drogas de escolha e dosagens terapêuticas prescritas pelos médicos assistentes do caso. Também é recomendado um tratamento suporte, como reposição de líquidos e cuidadosa assistência.

Já para a maioria dos casos de meningite viral, não se faz tratamento com medicamentos antivirais. Geralmente, as pessoas com esse quadro clínico são internadas e monitoradas quanto a sinais de gravidade, e se recuperam espontaneamente.

Porém, alguns vírus, como herpesvírus, podem provocar meningite com necessidade de uso de antiviral específico. A conduta adequada sempre será determinada pela equipe médica que acompanha o caso.

Nas meningites fúngicas, o tratamento é mais longo, com altas e prolongadas dosagens de medicação antifúngica, definida de acordo com o fungo identificado no organismo do paciente. A resposta ao tratamento também dependerá da imunidade da pessoa, e pacientes com história de HIV/Aids, diabetes, câncer e outras doenças imunodepressoras são tratados com maior rigor e cuidado pela equipe médica.

Nas meningites por parasitas, tanto o medicamento contra a infecção quanto as medicações para alívio dos sintomas são administrados por equipe médica em paciente internado.

Nesses casos, sintomas como dor de cabeça e febre são bem fortes, por isso, a medicação de alívio dos sintomas se faz tão importante quanto o tratamento contra o parasita.

Dessa forma, dada a complexidade da doença, em caso de aparecimento de sintomas, a recomendação é buscar atendimento médico o mais rápido possível, para que o usuário possa fazer a testagem. Se confirmado para meningite, a equipe de saúde poderá avaliar o quadro e definir a conduta mais adequada para o atendimento do paciente.

Cenário epidemiológico e prevenção

Em 2024, até 30/8, foram registrados no estado 536 casos e 74 óbitos por meningite, considerando todas as etiologias da doença.

As vacinas que previnem a meningite, disponibilizadas pelo SUS, são: pneumocócica, meningo c, meningocócica ACWY e pentavalente.

De acordo com Eduardo Prosdocimi, a vacinação continua sendo a principal forma de prevenir a meningite. Por isso, manter o cartão de vacinas atualizado é fundamental.

“Como voltamos a atingir a meta da cobertura vacinal para meningite C, a expectativa é de que, no médio prazo, haja uma redução do número de casos no cenário epidemiológico do estado”, destaca.

A cobertura da vacina contra a meningite C ou doença meningocócica, em Minas Gerais, em 2024, atingiu a marca de 105,74%, dez pontos percentuais acima da meta estipulada pelo Ministério da Saúde (MS), que é de 95%. A dose de reforço do imunizante também ultrapassou a meta neste ano, chegando aos 102,96%.

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