“O Feng Shui vai muito além de penduricalhos e cristais coloridos”, afirmam Bel e Tef, sócias do BTliê Arquitetura

Com ascendência japonesa e uma forte influência da cultura oriental, as arquitetas encontraram na técnica milenar chinesa uma nova forma de dar vida aos seus projetos (e aos sonhos dos seus clientes).

Quando Belisa Mitsuse (Bel) e Estefânia Gamez (Tef) decidiram fundar o BTliê Arquitetura, não imaginavam que estavam criando muito mais do que um escritório de arquitetura. Em 2014, após a falência do seu primeiro negócio que contava com a participação de uma terceira pessoa, as arquitetas se uniram para transformar o que já era uma paixão — a prática do Feng Shui — na essência do seu trabalho. Desde então, seus projetos passaram a ir além da estética: cada espaço é pensado de maneira a contribuir com a harmonia do espaço e o bem-estar de seus clientes.

“Nosso trabalho não é sobre pendurar cristais ou seguir regras rígidas do que muitos pensam ser uma superstição”, explicam Bel e Tef. “O Feng Shui é uma ferramenta prática que nos permite criar ambientes harmoniosos e alinhados com as intenções de quem vive neles. Acreditamos que o espaço pode influenciar diretamente o bem-estar e a realização pessoal, e é isso que aplicamos nos nossos projetos.”

Com formação na FAU Mackenzie e uma forte conexão com a espiritualidade, as sócias do BTliê rapidamente perceberam que o mercado precisava de uma abordagem mais profunda. “Muitos ainda veem o Feng Shui como uma prática mística, mas mostramos que ele é uma forma racional e sensível de entender o espaço e suas influências”, destacam. No portfólio do BTliê, que já conta com mais de 800 projetos realizados, cada detalhe é planejado para promover harmonia e conforto, desde a posição dos cômodos e dos móveis até a escolha das cores.

Entre os resultados recentes mais impactantes de seu trabalho está o relato de uma aluna chamada Lígia. “Ela entrou no nosso curso online passando por uma fase difícil e aplicou o Feng Shui na própria vida. Pouco tempo depois, entre outras conquistas, ela conseguiu engravidar, algo que para já parecia impossível”, contam Bel e Tef. Essa história é apenas uma das muitas transformações que as arquitetas já testemunharam ao longo destes dez anos de trajetória.

O Feng Shui aplicado pelo BTliê é muito mais do que uma nova forma de praticar a arquitetura: é uma jornada de autoconhecimento. “Acreditamos que a arquitetura deve ser sensível, considerando como o espaço afeta a vida de quem o ocupa. Nunca colocamos uma cama debaixo de uma janela ou uma mesa de costas para a porta, porque isso impacta a sensação de segurança e bem-estar do cliente”, explicam.

O trabalho próximo aos clientes, no entanto, trouxe desafios inesperados. “No início, sentíamos que quase virávamos terapeutas”, brincam. “O Feng Shui toca muito na vida pessoal, mas hoje aprendemos a respeitar os limites e, quando necessário, indicamos profissionais da área, como psicólogos.”

Difundindo conhecimento

Além dos projetos de arquitetura, Bel e Tef perceberam que poderiam multiplicar o impacto do Feng Shui ao ensinar outros profissionais. Assim, nasceu o curso online “Projetando com Feng Shui”, uma iniciativa voltada para arquitetos e designers que buscam se diferenciar no mercado. “Nosso objetivo é mostrar que a arquitetura pode ser uma experiência transformadora tanto para quem projeta quanto para quem vive nos espaços”, explicam. Com um canal no YouTube e novos cursos em desenvolvimento, as sócias planejam expandir ainda mais sua influência. “Queremos ajudar outros profissionais a verem o espaço como uma ferramenta de transformação, algo que vai além da estética”, afirmam.

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