O grande violoncelista alemão Daniel Müller-Schott retorna ao palco da Sala Minas Gerais para introduzir o público a um dos mais intrigantes concertos compostos para o seu instrumento no século XX, a Sinfonia Concertante, de Prokofiev. Escrita no auge da criação artística de Mozart, sua Sinfonia Praga é repleta de alegria e impetuosidade. Também no programa a obra Ruslan e Ludmila: Abertura, de Glinka. As apresentações serão nos dias 26 e 27 de junho, às 20h30, na Sala Minas Gerais, com regência do maestro Fabio Mechetti, Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais. Os ingressos estão à venda no site www.filarmonica.art.br e na bilheteria da Sala, a partir de R$ 39,60 (inteira) e R$ 19,80 (meia).
Este projeto é apresentado pelo Ministério da Cultura e pelo Governo de Minas Gerais por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Mantenedor: Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais. Apoio Cultural: Inter. Apoio: Circuito Liberdade e Programa Amigos da Filarmônica. Realização: Instituto Cultural Filarmônica, Governo de Minas Gerais, Funarte, Ministério da Cultura e Governo Federal.
Maestro Fabio Mechetti, Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais
Desde 2008, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, sendo responsável pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos no cenário musical brasileiro.
Ao ser convidado, em 2014, para o cargo de Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia, Fabio Mechetti tornou-se o primeiro maestro brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática. Depois de quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville, Estados Unidos, atualmente é seu Regente Titular Emérito. Foi também Regente Titular da Sinfônica de Syracuse e da Sinfônica de Spokane, da qual é Regente Laureado.
Foi regente associado de Mstislav Rostropovich, na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington, e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente.
Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais de verão nos Estados Unidos, entre eles, os de Grant Park, em Chicago, e Chautauqua, em Nova York.
Vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige, regularmente, várias orquestras na Escandinávia, na Itália, na Espanha, na Escócia, e várias orquestras latino-americanas, destacando-se a Filarmônica do Teatro Colón, e as Filarmônicas e Nacional da Colômbia.
No Brasil, foi convidado a dirigir a Estadual de São Paulo, a Sinfônica Brasileira, as municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro, a Petrobrás Sinfônica, entre outras. Trabalhou com artistas como Alicia de Larrocha, Thomas Hampson, Frederica von Stade, Arnaldo Cohen, Nelson Freire, Antonio Meneses, Emanuel Ax, Gil Shaham, Midori, Evelyn Glennie e Kathleen Battle, entre outros. Fabio Mechetti é Mestre em Composição e em Regência pela Juilliard School de Nova York.
Daniel Müller-Schott, violoncelo
Um dos violoncelistas mais requisitados da atualidade, o alemão Daniel Müller-Schott se apresenta regularmente nos principais palcos da música de concerto internacional. Ao longo de seus 30 anos de carreira, completados em 2025, atuou com orquestras de grande renome, incluindo as filarmônicas de Berlim, Munique, Nova York e Los Angeles, as sinfônicas de Londres, Boston e Chicago, a Leipzig Gewandhaus e a Orquestra do Estado da Bavária. Colaborou com regentes como Kurt Masur, Lorin Maazel, André Previn, Kirill Petrenko e Iván Fischer, entre outros. Interessado na ampliação do repertório de seu instrumento e na formação de público, Müller-Schott tem se dedicado especialmente a concertos educativos, apresentações de peças menos conhecidas e colaborações com compositores contemporâneos. Seu instrumento é um Matteo Gofriller conhecido como “Ex Shapiro”, produzido em 1727. Esta é a terceira vez que se apresenta com a Filarmônica de Minas Gerais.
Repertório
Mikhail Glinka (Novospasskoye, Rússia, 1804 – Berlim, Alemanha, 1857) e a obra Ruslan e Ludmila: Abertura (1837-1842)
Mikhail Ivanovitch Glinka é considerado o pai da ópera russa e exerceu grande influência no pensamento musical nacionalista de seus conterrâneos em meados do século XIX, graças ao modo pioneiro com que uniu tendências vigentes no drama lírico da Europa Ocidental a temáticas e melodias de caráter eslavo. Sua primeira ópera, A Vida pelo Tsar, estreada em 1836, conseguiu o difícil mérito de agradar tanto a corte do imperador Nicolau I como a elite intelectual da época, consolidando-se rapidamente como a ópera nacional russa por excelência.
Ruslan e Ludmila, escrita ao longo dos seis anos seguintes, não obteve a mesma projeção imediata, mas com o tempo foi reconhecida como uma obra-prima mais inovadora. Baseada em um poema de Púchkin (que seria responsável pelo libreto, mas foi morto em um duelo antes que pudesse começá-lo), a ópera narra o desaparecimento da princesa Ludmila e a jornada de seu pretendente Ruslan para resgatá-la do maligno anão Tchernomor. Sua ambientação fantasiosa e trama aventuresca, que inclui feiticeiros, espadas mágicas e um embate com uma cabeça gigante, é reproduzida musicalmente por Glinka com dinamismo cativante, no qual elementos folclóricos russos se combinam a coloridos de inspiração oriental e à escrita vocal do melodrama italiano.
Curta mas brilhante, a Abertura de Ruslan e Ludmila resume a ação da ópera em três temas: o de Ruslan, valente e enérgico; o de Ludmila, mais sereno e melódico; e o de Tchernobor, sombrio e ameaçador. Com eloquência impressionante, Glinka instaura uma atmosfera épica que captura o ouvinte em emoção crescente, como a superfície da água prestes a ebulir, preparando-o para algo grandioso que está por vir.
Wolfgang Amadeus Mozart (Salzburgo, Áustria, 1756 – Viena, Áustria, 1791) e a obra Sinfonia nº 38 em Ré maior, K. 504, “Praga” (1786)
No final de 1786, Mozart concluiu duas peças magistrais: o Concerto para piano nº 25 e a Sinfonia nº 38, obras em que a densidade do pensamento musical e o pleno domínio dos recursos composicionais sinalizam o derradeiro período criativo do compositor. Ambas destinavam-se ao público de Praga e apresentam a particularidade de não usar clarinetes (instrumento muito querido de Mozart, mas com os quais, ao que parece, ele não contaria na orquestra local).
O consagrado rótulo de “Sinfonia de Praga” se presta, portanto, muito bem à obra, homenageando a cidade tão amada pelo compositor e onde sua música era acolhida com entusiasmo. O sucesso triunfal de As Bodas de Fígaro no Teatro Nacional contrastara com a fria recepção da estreia vienense. Confiante no caloroso público tcheco, Mozart não precisou fazer concessões: a composição da Sinfonia nº 38 marca um nítido salto qualitativo em sua criação sinfônica. E, mais uma vez, Praga mostrou apreciar as inovações, encomendando-lhe imediatamente uma nova ópera.
De fato, há vários episódios no Don Giovanni (estreada no ano seguinte) que lembram trechos da Sinfonia Praga, especialmente no primeiro movimento, cuja instrumentação revela o domínio magistral de Mozart da paleta orquestral. Já o terceiro movimento constrói-se, sobretudo, sobre um tema extraído diretamente de uma cena cômica de As Bodas de Fígaro, referente ao personagem Cherubino. A partir dele, Mozart descreve uma estonteante trajetória, repleta de animação, força e vitalidade, até a conclusão da Sinfonia, que demonstra brilhantemente sua capacidade inigualável de realizar a representação teatral também na música instrumental.
Sergei Prokofiev (Sontsovka, Império Russo, hoje Ucrânia, 1891 – Moscou, Rússia, 1953) e a obra Sinfonia Concertante, op. 125 (1950-1951. Revisada 1952)
A Sinfonia-Concerto, op. 125 de Prokofiev, mais conhecida como Sinfonia Concertante, é, nas palavras do próprio compositor, uma reelaboração de seu Concerto para violoncelo, op. 58. Escrito de forma intermitente entre 1933 e 1938, o Concerto teve elaboração difícil e foi mal recebido na estreia, o que contribuiu para que caísse no esquecimento. Até que, no dia 21 de dezembro de 1947, no Pequeno Auditório do Conservatório de Moscou, Prokofiev assistiu a uma apresentação do jovem violoncelista Mstislav Rostropovich, de 20 anos de idade, que executou, dentre outras obras, o seu esquecido Concerto para violoncelo.
O encontro deu início a uma prolífica parceria, e, em 1950, com a ajuda de Rostropovich, Prokofiev decidiu revisar o Concerto mais uma vez. A revisão foi tão profunda que só seria terminada no final de 1951. Ao publicá-la, Prokofiev não apenas a dedicou a Rostropovich, como mudou o título, deixando claro que a orquestra representa um papel tão importante quanto o do solista.
Na Sinfonia Concertante, algumas das características típicas do estilo de Prokofiev convivem lado a lado: as inovações tímbricas, uma criatividade melódica sem limites e certa aspereza harmônica. A parte do violoncelo exige um instrumentista impecável, pois que os solos são de dificuldade ímpar, tanto do ponto de vista técnico quanto musical. O primeiro movimento nasce com um tema ardente e se encerra de modo suave. O segundo movimento é o mais dramático dos três, com solista e orquestra em perfeita sintonia. O terceiro movimento vai, pouco a pouco, tomando forma de uma dança e inclui um tema com ares de canção folclórica. Ao final, uma coda trepidante encerra a obra de maneira surpreendente.
Filarmônica de Minas Gerais
Série Allegro
26 de junho – 20h30
Sala Minas Gerais
Série Vivace
27 de junho – 20h30
Sala Minas Gerais
Fabio Mechetti, regente
Daniel Müller-Schott, violoncelo
GLINKA Ruslan e Ludmila: Abertura
MOZART Sinfonia nº 38 em Ré maior, K. 504, “Praga”
PROKOFIEV Sinfonia Concertante, op. 125
INGRESSOS:
R$ 39,60 (Mezanino), R$ 54 (Coro), R$ 54 (Terraço), R$ 78 (Balcão Palco), R$ 98 (Balcão Lateral), R$ 133 (Plateia Central), R$ 172 (Balcão Principal) e R$ 193 (Camarote).
Ingressos para Coro e Terraço serão comercializados somente após a venda dos demais setores.
Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.
Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br
Bilheteria da Sala Minas Gerais
Horário de funcionamento
Dias sem concerto:
3ª a 6ª — 12h a 20h
Sábado — 12h a 18h
Em dias de concerto, o horário da bilheteria é diferente:
— 12h a 22h — quando o concerto é durante a semana
— 12h a 20h — quando o concerto é no sábado
— 09h a 13h — quando o concerto é no domingo
São aceitos:
- Cartões das bandeiras Elo, Mastercard e Visa
- Pix
ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS
A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais foi fundada em 2008 e tornou-se referência no Brasil e no mundo por sua excelência artística e vigorosa programação.
Conduzida pelo seu Diretor Artístico e Regente Titular, Fabio Mechetti, a Orquestra é composta por 90 músicos de todas as partes do Brasil, Europa, Ásia e das Américas.
O grupo recebeu numerosos menções e prêmios, sendo o mais recente o Prêmio Concerto 2024 na categoria CD/DVD/Livros, com o álbum com obras de Lorenzo Fernandez. A Orquestra já havia recebido Prêmio Concerto 2023 na categoria Música Orquestral, por duas apresentações realizadas no Festival de Inverno de Campos do Jordão, SP. o Grande Prêmio da Revista CONCERTO em 2020 e 2015, o Prêmio Carlos Gomes de Melhor Orquestra Brasileira em 2012 e o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Artes (APCA) em 2010 como o Melhor Grupo de Música Clássica do Ano.
Suas apresentações regulares acontecem na Sala Minas Gerais, em Belo Horizonte, em cinco séries de assinatura em que são interpretadas grandes obras do repertório sinfônico, com convidados de destaque no cenário da música orquestral. Tendo a aproximação com novos ouvintes como um de seus nortes artísticos, a Orquestra também traz à cidade uma sólida programação gratuita – são os Concertos para a Juventude, Filarmônica na Praça, os Concertos de Câmara e os concertos de encerramento do Festival Tinta Fresca e do Laboratório de Regência. Para as crianças e adolescentes, a Filarmônica dedica os Concertos Didáticos, em que mostra os primeiros passos para apreciar a música de concerto.
A Orquestra possui 18 álbuns gravados, entre eles quatro que integram o projeto Brasil em Concerto, do selo internacional Naxos junto ao Itamaraty. O álbum Almeida Prado – obras para piano e orquestra, com Fabio Mechetti e Sonia Rubinsky, foi indicado ao Grammy Latino 2020.
Ainda em 2020, a Filarmônica inaugurou seu próprio estúdio de TV para a realização de transmissões ao vivo de seus concertos, totalizando hoje mais de 100 concertos transmitidos em seu canal no YouTube, onde se podem encontrar diversos outros conteúdos sobre a orquestra e a música de concerto.
A Filarmônica realiza também diversas apresentações por cidades do interior mineiro e capitais do Brasil, tendo se apresentado também na Argentina e Uruguai. Em celebração ao bicentenário da Independência do Brasil, em 2022, realizou uma turnê a Portugal, apresentando-se nas principais salas de concertos do país nas cidades do Porto, Lisboa e Coimbra, além de um concerto a céu aberto, no Jardim da Torre de Belém, como parte da programação do Festival Lisboa na Rua, promovido pela Prefeitura de Lisboa.
A sede da Filarmônica, a Sala Minas Gerais, foi inaugurada em 2015, sendo uma referência pelo seu projeto arquitetônico e acústico. Considerada uma das principais salas de concertos da América Latina, recebe anualmente um público médio de 100 mil pessoas.
A Filarmônica de Minas Gerais é uma das iniciativas culturais mais bem-sucedidas do país. Juntas, Sala Minas Gerais e Filarmônica vêm transformando a capital mineira em polo da música sinfônica nacional e internacional, com reflexos positivos em outras áreas, como, por exemplo, turismo e relações de comércio internacional.