Com regência do maestro Fabio Mechetti, Orquestra também celebra os 150 anos de nascimento de Ravel
As séries Presto e Veloce da Filarmônica de Minas Gerais começam festivamente, evidenciando os 150 anos de nascimento de Ravel nos dias 13 e 14 de março, às 20h30, na Sala Minas Gerais, com Daphnis e Chloé: Suítes nº 1 e nº 2, do compositor francês. Também na programação, uma das grandes revelações do cenário internacional, a jovem violinista argentina Pilar Policano, de apenas 17 anos, executa um dos concertos mais populares de Mozart, e a Orquestra, ainda, interpreta a Marcha Eslava, de Tchaikovsky. A regência é do maestro Fabio Mechetti, Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais. Os ingressos estão à venda no site www.filarmonica.art.br e na bilheteria da Sala, a partir de R$ 39,60 (inteira) e R$ 19,80 (meia). O concerto do dia 13 de março terá transmissão ao vivo pelo canal da Filarmônica no YouTube e pela Rádio MEC FM (87,1 BH e Brasília/99,3 RJ).
Este projeto é apresentado pelo Ministério da Cultura e pelo Governo de Minas Gerais por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Mantenedor: Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais. Patrocínio: Itaú. Apoio: Circuito Liberdade e Programa Amigos da Filarmônica. Realização: Instituto Cultural Filarmônica, Governo de Minas Gerais, Funarte, Ministério da Cultura e Governo Federal.
Maestro Fabio Mechetti, Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais
Desde 2008, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, sendo responsável pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos no cenário musical brasileiro.
Ao ser convidado, em 2014, para o cargo de Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia, Fabio Mechetti tornou-se o primeiro maestro brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática. Depois de quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville, Estados Unidos, atualmente é seu Regente Titular Emérito. Foi também Regente Titular da Sinfônica de Syracuse e da Sinfônica de Spokane, da qual é Regente Laureado.
Foi regente associado de Mstislav Rostropovich, na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington, e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente.
Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais de verão nos Estados Unidos, entre eles, os de Grant Park, em Chicago, e Chautauqua, em Nova York.
Vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige, regularmente, várias orquestras na Escandinávia, na Itália, na Espanha, na Escócia, e várias orquestras latino-americanas, destacando-se a Filarmônica do Teatro Colón, e as Filarmônicas e Nacional da Colômbia.
No Brasil, foi convidado a dirigir a Estadual de São Paulo, a Sinfônica Brasileira, as municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro, a Petrobrás Sinfônica, entre outras. Trabalhou com artistas como Alicia de Larrocha, Thomas Hampson, Frederica von Stade, Arnaldo Cohen, Nelson Freire, Antonio Meneses, Emanuel Ax, Gil Shaham, Midori, Evelyn Glennie e Kathleen Battle, entre outros. Fabio Mechetti é Mestre em Composição e em Regência pela Juilliard School de Nova York.
Pilar Policano, violino
A jovem violinista Pilar Policano tem despontado como um dos talentos mais promissores da novíssima geração de músicos da Argentina. Foi premiada em diversas competições no seu país, na América do Norte e na Europa, incluindo o Prêmio Principal no 5º Concurso Internacional Yankelevitch e o primeiro lugar no Concurso Internacional de São Petersburgo, ambos na Rússia. A mais recente conquista foi o Prêmio Arthur Waser 2025, em janeiro deste ano. Apesar da pouca idade, Pilar já se apresentou em algumas das salas de concerto mais renomadas do mundo, como o KKL Luzern (Suíça), o Die Glocke de Bremen (Alemanha) e o Teatro Colón de Buenos Aires. Colaborou com a Sinfônica de Lucerna, a Orquestra do Teatro Petruzzelli, a Sinfônica de Rádio e TV da Sérvia e a Filarmônica de Buenos Aires, entre outras grandes orquestras. Em 2023, foi convidada a tocar para o Papa Francisco em uma visita à Hungria. Nascida em 2007, em Buenos Aires, Pilar começou a praticar violino aos seis anos. Em 2022, mudou-se para Viena com a família para estudar sob supervisão de Boris Kuschnir na Kunst-Universität Graz. Desde 2021, sua carreira recebe apoio do Mozarteum Argentino. Seu instrumento é o Horacio Piñeiro New York 2013 “Lord Wilton” com um arco “Eugene Sartory”, ambos cedidos sob empréstimo pela Wolff Violins Viena. Este é o concerto de estreia de Pilar com a Filarmônica de Minas Gerais.
Repertório
Pior Tchaikovsky (Votkinsk, Rússia, 1840 – São Petersburgo, Rússia, 1893) e a obra Marcha Eslava, op. 31 (1876)
No fim do verão de 1876, Tchaikovsky recebeu uma encomenda de Nikolai Rubinstein para compor uma obra para um concerto de caridade em ajuda aos soldados russos vítimas da guerra entre Turquia e Sérvia. Mas aquele não havia sido um verão comum para Tchaikovsky. Deprimido, cansado e melancólico, o compositor havia deixado Moscou há algumas semanas para encontrar seu irmão Modest em Lyon, na França. No início daquele ano, Modest havia se tornado tutor de um garoto surdo-mudo de sete anos de idade, Kolya Konradi. Buscando um pouco de paz, partiram os três para Palavas-les-Flots, um balneário no sul do país.
A viagem foi um desastre. Modest e a governanta que os acompanhava caíram doentes, e, de repente, Tchaikovsky se via frente à necessidade de cuidar de um garoto completamente dependente de sua ajuda. Todavia, a experiência despertou seu lado paterno. Sua gentileza, atenção e carinho para com Kolya fizeram surgir uma profunda amizade entre os dois. Tchaikovsky era um novo homem. Seus instintos paternais levaram-no a considerar, pela primeira vez na vida, a possibilidade de se casar e constituir uma família. Os fatos culminariam, no ano seguinte, em um dos momentos mais desastrosos da biografia do compositor: um colapso nervoso após o desfecho de um casamento infeliz que durou apenas seis semanas.
Foi em meio à inquietação da busca delirante de Tchaikovsky por uma mulher ideal, aquela que lhe traria paz de espírito e o livraria dos tormentos de sua vida cotidiana, que chegou a encomenda de Rubinstein. Apesar de toda aflição, Tchaikovsky encontrou inspiração para compor uma música forte e brilhante. Seu incrível talento e profissionalismo permitiram-lhe finalizar a partitura da obra em apenas cinco dias. A Marcha Eslava foi escrita em outubro de 1876 e estreada com imenso sucesso no concerto beneficente de Rubinstein, em 17 de novembro do mesmo ano.
Wolfgang Amadeus Mozart (Salzburgo, Áustria, 1756 – Viena, Áustria, 1791) e a obra Concerto para violino nº 5 em Lá maior, K. 219, “Turco” (1775)
Depois de mais de uma década viajando constantemente com a família para exibir seus prodigiosos talentos musicais diante de algumas das figuras mais abastadas e influentes da nobreza europeia, o jovem Mozart retorna a Salzburgo, onde assume um cargo na corte de Hieronymus von Colloredo, recentemente nomeado Príncipe-Arcebispo local. O ano era 1773, e Mozart, então com 17 anos, já era um pianista e compositor respeitado, especialmente em sua cidade natal. Entretanto, as preferências culturais da corte de Colloredo e os frequentes desentendimentos entre o governante e seu pai – Leopold acusava Colloredo de favorecer músicos italianos em detrimento dos artistas locais – logo começaram a lhe deixar insatisfeito.
Ainda assim, Mozart permaneceu em Salzburgo até 1777, compondo sem grande entusiasmo as obras sacras que o cargo lhe exigia, dedicando-se com mais afinco à música instrumental que verdadeiramente lhe interessava ou que lhe comissionavam por fora. Seus cinco concertos para violino solo datam desse período, sendo todos (com exceção do Primeiro, K. 207) compostos no ano de 1775.
Apesar de seguirem a tradicional estrutura de dois movimentos rápidos intercalados por um movimento lento, os concertos já antecipam alguns elementos de surpresa e contrastes emotivos que marcariam a produção de Mozart nos anos seguintes, onde viveu em Mannheim e Paris. No concerto K. 219 em Lá maior, podemos observar esses índices na poética entrada do solista no primeiro movimento, em um inesperado adágio que paira sobre o silêncio da orquestra antes de se desenvolver no Allegro. O segundo movimento, um Adágio propriamente dito, oferece um bonito contraste com as seções rápidas. Já o movimento final se destaca pelos trechos vigorosos, quase marciais, que dão nome ao concerto, inspirados naquilo que os europeus do século XVIII chamavam estereotipadamente de “música turca”.
Maurice Ravel (Ciboure, França, 1875 – Paris, França, 1937) e a obra Daphnis e Chloé: Suítes nº 1 e nº 2 (1909-1912)
Em 1909, Sergei Diaghilev encomendou a Ravel um balé sobre a história de Daphnis e Chloé. Instigado pela proposta, o francês começou a trabalhar na obra imediatamente, participando da elaboração do argumento juntamente com Michel Fokine, coreógrafo dos Ballets Russes. A partitura para piano ficou pronta em maio de 1910, mas a orquestração só seria finalizada no dia 5 de abril de 1912, dois meses antes da estreia.
Escrito por volta do século II e de autoria atribuída a Longo (ou Longus), de quem pouco se sabe a respeito, Daphnis e Chloé narra o amor e as aventuras de dois jovens que, ainda muito pequenos, foram abandonados pelos respectivos pais em uma vila de pastores na ilha de Lesbos. À medida que cresciam, apaixonavam-se um pelo outro, sem compreenderem o significado do amor que sentiam. Em um dia de festa, Chloé é sequestrada por piratas, e Daphnis reza em prantos para que ela retorne com vida. O deus Pan o ajuda e resgata Chloé. Todos comemoram seu regresso em uma grande festa, e os dois podem finalmente se casar.
Dividido em três partes, o balé Daphnis e Chloé emprega a maior orquestra já utilizada por Ravel. Seu papel é imprescindível, não apenas interpretando as cenas como dando suporte à dança: é ela a responsável por garantir a clareza das passagens, em um balé cuja ação é extremamente complexa. As cordas sustentam o edifício musical, tocando constantemente em divisi, permitindo uma maior liberdade às madeiras para interpretar as sutilezas dos personagens.
A primeira apresentação, no dia 8 de junho de 1912, no Théâtre du Châtelet, em Paris, foi um sucesso e ajudou a estabelecer a reputação de Ravel como um dos principais compositores franceses da época. Em 1911, antes de terminar a orquestração do balé, Ravel extraiu uma primeira suíte de concerto da música que havia composto até aquele momento. Após a estreia do balé integral, Ravel trabalhou na Suíte nº 2, que só seria estreada em 1913.
Filarmônica de Minas Gerais
Série Presto
13 de março – 20h30
Sala Minas Gerais
Série Veloce
14 de março – 20h30
Sala Minas Gerais
Fabio Mechetti, regente
Pilar Policano, violino
TCHAIKOVSKY Marcha Eslava
MOZART Concerto para violino nº 5 em Lá maior, K. 219, “Turco”
RAVEL Daphnis e Chloé: Suítes nº 1 e nº 2
INGRESSOS:
R$ 39,60 (Mezanino), R$ 54 (Coro), R$ 54 (Terraço), R$ 78 (Balcão Palco), R$ 98 (Balcão Lateral), R$ 133 (Plateia Central), R$ 172 (Balcão Principal) e R$ 193 (Camarote).
Ingressos para Coro e Terraço serão comercializados somente após a venda dos demais setores.
Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.
Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br
Bilheteria da Sala Minas Gerais
Horário de funcionamento
Dias sem concerto:
3ª a 6ª — 12h a 20h
Sábado — 12h a 18h
Em dias de concerto, o horário da bilheteria é diferente:
— 12h a 22h — quando o concerto é durante a semana
— 12h a 20h — quando o concerto é no sábado
— 09h a 13h — quando o concerto é no domingo
São aceitos:
- Cartões das bandeiras Elo, Mastercard e Visa
- Pix
ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS
A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais foi fundada em 2008 e tornou-se referência no Brasil e no mundo por sua excelência artística e vigorosa programação.
Conduzida pelo seu Diretor Artístico e Regente Titular, Fabio Mechetti, a Orquestra é composta por 90 músicos de todas as partes do Brasil, Europa, Ásia e das Américas.
O grupo recebeu numerosos menções e prêmios, sendo o mais recente o Prêmio Concerto 2024 na categoria CD/DVD/Livros, com o álbum com obras de Lorenzo Fernandez. A Orquestra já havia recebido Prêmio Concerto 2023 na categoria Música Orquestral, por duas apresentações realizadas no Festival de Inverno de Campos do Jordão, SP. o Grande Prêmio da Revista CONCERTO em 2020 e 2015, o Prêmio Carlos Gomes de Melhor Orquestra Brasileira em 2012 e o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Artes (APCA) em 2010 como o Melhor Grupo de Música Clássica do Ano.
Suas apresentações regulares acontecem na Sala Minas Gerais, em Belo Horizonte, em cinco séries de assinatura em que são interpretadas grandes obras do repertório sinfônico, com convidados de destaque no cenário da música orquestral. Tendo a aproximação com novos ouvintes como um de seus nortes artísticos, a Orquestra também traz à cidade uma sólida programação gratuita – são os Concertos para a Juventude, Filarmônica na Praça, os Concertos de Câmara e os concertos de encerramento do Festival Tinta Fresca e do Laboratório de Regência. Para as crianças e adolescentes, a Filarmônica dedica os Concertos Didáticos, em que mostra os primeiros passos para apreciar a música de concerto.
A Orquestra possui 18 álbuns gravados, entre eles quatro que integram o projeto Brasil em Concerto, do selo internacional Naxos junto ao Itamaraty. O álbum Almeida Prado – obras para piano e orquestra, com Fabio Mechetti e Sonia Rubinsky, foi indicado ao Grammy Latino 2020.
Ainda em 2020, a Filarmônica inaugurou seu próprio estúdio de TV para a realização de transmissões ao vivo de seus concertos, totalizando hoje mais de 100 concertos transmitidos em seu canal no YouTube, onde se podem encontrar diversos outros conteúdos sobre a orquestra e a música de concerto.
A Filarmônica realiza também diversas apresentações por cidades do interior mineiro e capitais do Brasil, tendo se apresentado também na Argentina e Uruguai. Em celebração ao bicentenário da Independência do Brasil, em 2022, realizou uma turnê a Portugal, apresentando-se nas principais salas de concertos do país nas cidades do Porto, Lisboa e Coimbra, além de um concerto a céu aberto, no Jardim da Torre de Belém, como parte da programação do Festival Lisboa na Rua, promovido pela Prefeitura de Lisboa.
A sede da Filarmônica, a Sala Minas Gerais, foi inaugurada em 2015, sendo uma referência pelo seu projeto arquitetônico e acústico. Considerada uma das principais salas de concertos da América Latina, recebe anualmente um público médio de 100 mil pessoas.
A Filarmônica de Minas Gerais é uma das iniciativas culturais mais bem-sucedidas do país. Juntas, Sala Minas Gerais e Filarmônica vêm transformando a capital mineira em polo da música sinfônica nacional e internacional, com reflexos positivos em outras áreas, como, por exemplo, turismo e relações de comércio internacional.