urante os três dias do evento, produtores de 13 regiões do estado contabilizaram R$ 470 mil em negócios gerados
Cerca de cinco toneladas de queijos foram comercializadas durante o 6º Festival do Queijo Artesanal de Minas Gerais, superando a marca de 4 toneladas vendidas em 2023. O evento, que nesta edição atraiu mais de 17 mil visitantes, gerou R$ 470 mil em vendas. O festival, promovido pelo Sebrae Minas e Sistema Faemg/Senar, foi realizado entre os dias 15 e 17 de junho, no Expominas, em Belo Horizonte.
Durante o evento, os visitantes puderam degustar e comprar queijos artesanais de 13 regiões produtoras do estado: Araxá, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Diamantina, Entre Serras da Piedade ao Caraça, Serra do Salitre, Serras da Ibitipoca, Serro, Triângulo Mineiro, Serra Geral, Alagoa e Mantiqueira.
“Em mais um ano, o festival se destaca como uma vitrine dos queijos artesanais de Minas Gerais. O evento se confirma como uma oportunidade para produtores estabelecerem contato direto com os consumidores. Também se tornou um espaço para troca de informações, experiências e parcerias, além de um ambiente propício para a apresentação da qualidade, autenticidade e da história da iguaria mineira a potenciais compradores, ampliando a valorização do queijo produzido no estado e estimulando a geração de novos negócios”, afirma o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva.
Além disso, pelo terceiro ano consecutivo, o queijo da Mantiqueira de Minas foi eleito pelo público o ‘Melhor Queijo do Festival’. Mais de 200 pessoas participaram da degustação às cegas. A disputa foi entre os queijos artesanais de Minas das 13 regiões produtoras do estado que participaram desta edição do evento.
“Fico muito satisfeito em saber que o evento atingiu o seu objetivo, que é apresentar a diversidade dos queijos artesanais de Minas para o grande público, promovendo a valorização e o reconhecimento dos produtores rurais dessa cadeia tão relevante econômica, social e culturalmente. Além de um ambiente propício ao entretenimento, o Festival do Queijo oferece a oportunidade para o aperfeiçoamento técnico e para troca de informações que certamente contribuem com a excelência da nossa produção, que é um grande motivo de orgulho para todos os mineiros”, ressalta o presidente do Sistema Faemg Senar, Antônio de Salvo.
Sabor e mineiridade
Além do bom resultado financeiro, o festival deste ano também se destacou pelo sabor e criatividade. Já pensou em juntar duas iguarias da gastronomia mineira em um só produto? O produtor de Sabinópolis, da Região do Serro, Ivacy Pires, da “Queijaria Quilombo”, não só pensou como também produziu um queijo maturado com cachaça. “É um queijo muito macio, bem úmido, com um paladar mais picante. O sabor é tão diferenciado que foi premiado na França, em 2021”, conta Pires.
O produtor, que já participou de outras edições do evento, está otimista. “Da última vez que estive no festival, tive a oportunidade de conversar com vários compradores. Dias depois, fizeram pedidos e hoje são meus clientes. Este ano, pelos contatos que já fiz, encontrei muitos interessados em adquirir meus produtos”, diz Ivacy, que produz diariamente 25 peças do tradicional Queijo Minas Artesanal do Serro, de casca lavada, casca florida e especial com cachaça.
Por outro lado, o dono do Empório Cantin de Minas, do Rio Grande do Sul, Reginaldo Palombo, está participando pela primeira vez do evento. O empresário começou vendendo os produtos mineiros em uma feira. Há dois anos, montou uma loja física. O negócio deu tão certo que este ano está prevendo a mudança para um espaço ainda maior. “Achei interessante o ambiente do festival, que contribui para criarmos um elo com o produtor. Assim, teremos informações suficientes para passar aos consumidores a história por trás daquele produto, como ele é feito, os ingredientes e o trabalho que dá para ser produzido. São informações que agregam valor aos produtos e impulsionam nossas vendas”, explica Palombo.
Além do queijo
Durante todo o evento, também foram comercializados 6.017 pratos que utilizaram como ingrediente principal 153 quilos de queijo. Os pratos foram preparados por sete chefs de pequenos negócios mineiros de alimentação que participam do programa Prepara Gastronomia, uma iniciativa do Sebrae Minas que oferece suporte empresarial e acesso ao mercado para os empreendedores do setor. As vendas geraram uma receita de R$ 168 mil para os estabelecimentos participantes.
Além do queijo, doces, geleias, cachaças e licores produzidos por oito agroindústrias, peças artesanais feitas por cinco artesãos, apoiados pelo projeto Origem Minas, foram expostos e vendidos durante o festival, gerando um total de R$ 116 mil em negócios.
Outros 39 produtores mineiros de queijo, cachaça, café, molhos, antepastos, geleias e doces, também apoiados pelo projeto Origem Minas, puderam apresentar seus produtos para 20 donos de empórios, minimercados, cafeterias e lojas especializadas de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Distrito Federal e de cidades do interior de Minas Gerais durante a Agenda de Relacionamento. O encontro, promovido no segundo dia do evento, resultou em aproximadamente R$ 1,7 milhão em expectativas de negócios.
Conhecimento
Durante os três dias do festival, também foram oferecidos conteúdos técnicos. Entre as atividades que atraíram um grande número de participantes está o Seminário Técnico do Queijo Artesanal. O encontro reuniu produtores e técnicos de instituições ligadas ao agronegócio para discutirem soluções eficazes para os desafios enfrentados no campo, novas tecnologias agrícolas, práticas de manejo sustentável, técnicas de conservação do solo e da água, além de métodos para a diversificação da produção e a agregação de valor aos produtos.
Uma novidade desta edição do evento foi a realização do 1º Encontro de Mulheres do Queijo, em que mais de 100 produtoras, pesquisadoras e comerciantes tiveram a oportunidade de trocar experiências e conhecimentos sobre o mercado e a cadeia produtiva do queijo.
Já as nove oficinas de harmonização de queijos com cachaças, mel, vinho e cervejas artesanais atraíram a curiosidade e o paladar dos participantes das aulas práticas de gastronomia ministradas por chefs do Instituto de Hospitalidade e Artes Culinárias (INHAC), que também puderam conhecer e degustar vários tipos de queijo e conhecer um pouco da história e os diferenciais de cada região repassadas pelo Centro de Referência do Queijo Artesanal.