Viaduto Santa Tereza na Festa da Luz. Foto: Isis Medeiros
Instalação luminosa, duelo de MC’s, banquinha e show: agenda do projeto na festa une arte urbana e mobilização popular pela gratuidade do transporte
Até 17 de agosto, o baixo centro de Belo Horizonte será ocupado pela Festa da Luz 2025 e, nesta edição, também pela mobilização em apoio ao PL do Busão 0800 (PL 60/2025), que está tramitando na Câmara Municipal e pode tornar o transporte coletivo 100% gratuito na capital mineira. Uma série de ações vão colocar na boca do povo o grito pela tarifa zero.
A participação da campanha será marcada por intervenções artísticas e presença em espaços de grande circulação. Todos os dias, no espaço Sula, o público encontra uma instalação luminosa com a frase “As coisas boas são de graça”, assinada pela ONG Minha BH. O icônico Duelo de MC’s, que acontece na sexta-feira, 15 de agosto, no Viaduto Santa Tereza, das 18h às 22h, contará com o bandeirão da campanha. A peça já se tornou marca registrada em grandes eventos de BH. Em 2025, o bandeirão do Busão 0800 apareceu no Carnaval, no bloco “Então, Brilha!”, no Arraial da Favelinha, no Calma Clima e no Festival Sensacional.
No domingo, 17 de agosto, a Praça da Estação será o ponto de encontro: ao longo do dia, uma banca vai distribuir adesivos e folders informativos, além de vender bonés da campanha por R$ 100. Às 20h, no Palco MUMA, o rapper FBC vai dedicar um momento do show para convocar o público à mobilização. “Já imaginou todo mundo dando rolê pela cidade sem pagar passagem? Parece sonho, mas é real: o projeto já tem a maioria dos vereadores. Agora só falta o prefeito abraçar a ideia. Pra isso, geral precisa se engajar”, declara o rapper.
Com o tema “Culturas Urbanas”, a Festa da Luz 2025 propõe um mergulho na força criativa que pulsa nas ruas, destacando manifestações como o rap, o graffiti, o funk e a dança de rua como protagonistas da cena cultural contemporânea. “O tema não poderia ser mais acurado com a campanha pelo Busão 0800, que é um movimento das ruas para as ruas”, ressalta o urbanista e professor da UFMG, Roberto Andrés, uma das lideranças do Minha BH e do Nossas.
Enquanto isso, na Câmara Municipal, o texto do projeto já conta com 22 assinaturas de 12 partidos, o que representa mais da metade dos vereadores, e já avançou pelas Comissões de Legislação e Justiça, de Transporte e Mobilidade Urbana, e de Administração Pública e Segurança Pública.
“Caso o PL seja aprovado, Belo Horizonte será a primeira cidade brasileira com mais de meio milhão de habitantes e a primeira capital a instituir a tarifa zero permanente no transporte público”, argumenta Andrés. “Esperamos o apoio do prefeito Álvaro Damião nessa arrancada decisiva”, enfatiza.
Mobilização em BH
Nas ruas, a campanha já tomou corpo. No dia 12 de agosto, a edição do Calma Clima, conhecido grupo de corredores de Belo Horizonte, saíram da Praça da Estadão com o bandeirão do Busão 0800, sinalizando o apoio de centenas de corredores em prol de uma mobilidade gratuita e sustentável na cidade. É possível conferir o vídeo aqui.
A bandeira da Tarifa Zero também foi levantada no Carnaval de BH, a pauta ecoou em batalhas de MCs no Viaduto Santa Tereza e ganhou espaço no Festival Sensacional. Artistas como Fernanda Takai, Djonga e FBC aderiram ao coro, postando em suas redes vídeos em que defendem a Tarifa Zero. A pressão popular não para de crescer. A torcida do Galo – Clube Atlético Mineiro – promete erguer um bandeirão no Mineirão, fazendo a voz das arquibancadas se somar à mobilização por um transporte público gratuito para todos.
Em que pé está o PL do Busão 0800
No dia 13 de agosto, uma Audiência Pública foi realizada pela Comissão de Orçamento Público e Finanças da Câmara Municipal de Belo Horizonte a fim de promover um debate nacional sobre a política da Tarifa Zero. Uma vez encerrada a tramitação na Comissão de Orçamento, o projeto poderá vir a ser anunciado para apreciação em Plenário, onde precisará do voto favorável de, pelo menos, 28 vereadores para ser aprovado no primeiro turno. Se aprovado, o PL retorna às comissões antes de ser apreciado no segundo turno. Se aprovado no 2º turno, vai para apreciação do executivo, que pode ou não vetar o projeto. Caso haja veto, ele será apreciado pelo plenário da Câmara.
