Com a chegada dos meses mais secos do ano, como agosto, cresce a preocupação com os efeitos do clima na saúde da população, especialmente no sistema respiratório. Além das doenças respiratórias, como asma e bronquite, o clima seco também favorece o agravamento de alergias e infecções virais, como resfriados. Crianças, idosos e pessoas com comorbidades estão entre os grupos mais vulneráveis
A pneumologista do Mário Palmério Hospital Universitário (MPHU), Patrícia Naves de Resende, alerta para os riscos associados à baixa umidade do ar e reforça a importância dos cuidados preventivos neste período. “Quando o ar está seco, nossas vias aéreas se desidratam, e isso compromete a barreira mucociliar, mecanismo natural de defesa do organismo”, explica a especialista. “O muco se torna mais espesso e difícil de eliminar, o que aumenta a chance de infecções e crises respiratórias.”
Segundo a médica, os principais prejudicados pelo tempo seco são crianças, idosos, pessoas com doenças respiratórias crônicas (como asma e DPOC) e indivíduos imunocomprometidos. Para esses grupos, a atenção deve ser redobrada.
Entre as principais recomendações da pneumologista para amenizar os efeitos do clima estão hidratação constante ao longo do dia, lavagem nasal com soro fisiológico para manter as vias respiratórias limpas, uso moderado de umidificadores, sempre com cuidado para evitar mofo e ácaros, ambientes arejados e bem higienizados, uso de máscara por pessoas com sintomas gripais, como forma de proteção coletiva.
“É essencial manter o ambiente limpo e evitar exposição a poeira e fumaça. Isso ajuda a reduzir crises em pessoas com doenças respiratórias crônicas”, destaca.
A profissional do MPHU orienta que é hora de buscar atendimento especializado diante de sintomas como: febre persistente, dor no peito, sangue no escarro, perda de peso sem explicação, falta de ar intensa ou sudorese noturna. “Esses sinais podem indicar quadros mais sérios e não devem ser ignorados”, reforça a médica.