Espetáculo reúne o balé de Curitiba e a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais na apresentação de uma das tragédias mais famosas da literatura
“Romeu e Julieta” de Prokofiev – Balé Teatro Guaíra e Orquestra Sinfônica de Minas Gerais
Datas: 28 de junho (sábado), às 20h
29 de junho (domingo), às 18h
Local: Grande Teatro Cemig Palácio das Artes
(Avenida Afonso Pena, 1537, Centro)
Classificação indicativa: 10 anos
Ingressos a R$60 (inteira) e R$30 (meia-entrada)
Informações para o público: (31) 3236-7307 / www.fcs.mg.gov.br
No mês dos namorados, o palco do Grande Teatro Cemig Palácio das Artes se transformará em uma parte da cidade italiana de Verona. A Fundação Clóvis Salgado (FCS), em parceria com o Centro Cultural Teatro Guaíra, apresenta, nos dias 28 e 29 de junho, o espetáculo “Romeu e Julieta”, de Prokofiev. O Balé Teatro Guaíra, companhia de dança do Paraná, subirá ao palco do Grande Teatro ao som da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. Sob a regência de Ligia Amadio, a parceria entre os corpos artísticos pretende encantar o público com a história de amor dos jovens Romeu e Julieta, nascidos em famílias rivais. Escrita por William Shakespeare entre 1591 e 1595, a obra foi adaptada pelo compositor russo Sergei Prokofiev para balé. Nesta versão contemporânea, o coreógrafo e diretor Luiz Fernando Bongiovanni propõe uma releitura poética da tragédia vivida pelo casal. Romeu e Julieta faz parte do repertório de grandes montagens do Balé Teatro Guaíra. A primeira versão da obra foi encenada em 2008, em parceria com a Orquestra Sinfônica do Paraná. A atual montagem, sob a direção de Bongiovanni, estreou em 2023, no Teatro Guaíra, com sete apresentações lotadas e mais de 16 mil espectadores. As apresentações no Palácio das Artes ocorrerão às 20h no sábado e às 18h no domingo. Os ingressos custam R$60,00 (inteira) e R$30,00 (meia-entrada), e já estão à venda na plataforma Eventim e na bilheteria do Palácio das Artes.
Através de uma coreografia potente, a montagem transporta os personagens para a contemporaneidade, estabelecendo conexões com o público por meio de sentimentos universais. Uma novidade marcante neste espetáculo é a inserção das Parcas do Destino — um trio de figuras simbólicas da mitologia greco-romana que conduz as ações e dá novo ritmo à narrativa. Com trilha sonora baseada na consagrada partitura de Sergei Prokofiev, interpretada ao vivo pela Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, o espetáculo reforça a dramaticidade e a intensidade da obra, levando o público a uma jornada emocional que fala de amor, perda, escolhas e consequências.
O espetáculo “Romeu e Julieta de Prokofiev – Balé Teatro Guaíra e Orquestra Sinfônica de Minas Gerais” é realizado pelo Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Governo do Estado do Paraná, por meio da Secretaria da Cultura do Paraná, Fundação Clóvis Salgado e Centro Cultural Teatro Guaíra. As atividades da Fundação Clóvis Salgado têm a Cemig como mantenedora, Patrocínio Master do Instituto Cultural Vale e Grupo Fredizak, Patrocínio Prime do Instituto Unimed-BH e da ArcelorMittal, Patrocínio da Vivo e correalização da APPA – Cultura & Patrimônio. O Palácio das Artes integra o Circuito Liberdade, que reúne 35 equipamentos com as mais variadas formas de manifestação de arte e cultura em transversalidade com o turismo. A ação é viabilizada por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura (LEIC) e pela Lei Federal de Incentivo à Cultura. Vale-Cultura. Governo Federal, Brasil: União e Reconstrução.
Uma história universal – Escrito no século XVI, “Romeu e Julieta” é um clássico da literatura mundial. Os jovens se encontram e se apaixonam em uma festa na casa dos Capuletos. Mesmo nascidos em famílias rivais, eles se casam escondidos, com o apoio de Frei Lourenço. Após Romeu vingar a morte de um de seus parentes e a família de Julieta arranjar um casamento com o conde Páris, os personagens tentam ficar juntos. A fim de contornar a situação, o Frei cria um plano para que o casal fique junto e deixe Verona, mas as coisas saem do controle. Julieta deveria tomar uma substância que faria com que todos acreditassem que ela estava morta, exceto Romeu, que seria avisado por meio de um bilhete encaminhado pelo religioso. Contudo, a mensagem não chega ao destinatário, que não é informado que sua amada não estava realmente morta, decidindo se juntar a ela. Quando Julieta recobra a consciência, encontra Romeu e decide dar fim à sua vida com o punhal que o jovem Montéquio carregava.
A tragédia do casal de Verona é conhecida e amplamente referenciada em outras produções artísticas, como por exemplo o musical “West Side Story”, com libreto de Stephen Sondheim e música de Leonard Bernstein. Segundo o coreógrafo do Guaíra, apesar de ter sido escrita há mais de quatrocentos anos, a peça trata de um tema universal e ainda atual: o preconceito. “Para mim, existe um viés que é atemporal, ligado ao arquétipo. Algo de uma estrutura que é essencialmente humana e que se manifesta em diferentes culturas e tempos, mas que é sempre e acima de tudo, humano. Romeu e Julieta se inscreve perfeitamente nessa ideia. Na minha perspectiva, é uma história sobre intolerância. Poder falar da tragédia que é desencadeada pela intolerância me parece algo extremamente atual. Vivemos em uma época bastante polarizada ideologicamente, politicamente, religiosamente, etc. Entender que o outro tem o direito de ser diferente seria um excelente serviço que a arte pode prestar à sociedade”, afirma Bongiovanni.
Contudo, a apresentação elaborada pelo Balé Teatro Guaíra passou por algumas alterações em relação ao clássico. A adição das Parcas é um elemento único que compõe essa versão. Na mitologia grega, essas figuras representam o destino e controlam a vida e a morte dos seres humanos e até mesmo dos deuses. Elas são responsáveis por tecer o fio da vida de cada um, determinar seu comprimento e cortá-lo. Bongiovanni conta que o destino é um elemento muito forte na obra original e por isso optou pela inclusão dessas personagens. “Na época em que reli Shakespeare para fazer um roteiro que se articulasse com a música de Prokofiev, eu estava, paralelamente, estudando mitologia grega. Tive a impressão de que havia na trama de Romeu e Julieta algo do destino que era muito potente. Então pensei que cênica e dramaturgicamente poderia ser interessante inserir esse trio de personagens que conduziria a história. Elas têm uma movimentação diferente do resto do elenco, se comportam de modo distinto na maior parte do tempo e, por vezes, se integram à cena como um deus grego disfarçado! São meus personagens favoritos!”, diz Bongiovanni.
Intercâmbio cultural – Nascido em 1891, na pequena aldeia de Sontsovka, no antigo Império Russo, Sergei Prokofiev era filho de uma pianista e de um engenheiro agrônomo. Compôs sua primeira ópera, “O Gigante”, aos nove anos, seguida de diversas outras produções ao longo de sua carreira. Em 1918, emigrou para os Estados Unidos, onde viveu por quatro anos, antes de se mudar para Paris. Nunca rompeu vínculos com a União Soviética, para onde retornou em 1936, permanecendo em Moscou até o fim de sua vida.
Sua adaptação da obra de Shakespeare estreou em Moscou, em 1935. A produção é dividida em três atos e treze cenas. Com base na música do balé, o compositor fez duas suítes orquestrais. A maturidade precoce da música de Prokofiev é marcada por um senso de ironia e agudeza de espírito, frequentemente sublinhados por ásperas dissonâncias e ritmos violentos. Suas obras subsequentes, compostas após o seu regresso à União Soviética, são marcadas pela desenvoltura melódica.
Noventa anos após a estreia do compositor, o balé “Romeu e Julieta” foi escolhido para celebrar a parceria entre a Fundação Clóvis Salgado e o Teatro Guaíra. Para Bongiovanni, a decisão por essa história em específico se deu por uma experiência anterior com a Orquestra Sinfônica do Paraná e pelo interesse que a obra shakespeariana causa no público. “De certa forma acho que havia algumas diretrizes para a parceria no horizonte. Uma delas seria pensar em como juntar dois corpos artísticos. Poderíamos fazer algo com as duas companhias de dança, por exemplo, que ainda é um projeto que gostaríamos de fazer no futuro. Contudo, nesse momento, pareceu interessante trazer uma peça coreográfica que tivesse a possibilidade de participação da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais para poder fazer juntos. No Guaíra temos algumas parcerias com a Orquestra Sinfônica do Paraná e, dentre elas, talvez a que tenha o maior êxito com o público seja ‘Romeu e Julieta’. Por isso pensamos que seria lindo trazer algo que sabemos que o público gosta e procura. É um desejo de encontro em muitas frentes: entre o Centro Cultural Teatro Guaíra e a Fundação Clóvis Salgado, entre dança e música, entre Curitiba e Belo Horizonte”, afirma o diretor do balé.
A Diretora Artística da FCS, Cláudia Malta, caracteriza a colaboração como um pontapé inicial para outras parcerias da instituições com grandes centros culturais. “Essa é a primeira vez que firmamos uma parceria com uma instituição de grande relevância, como o Centro Cultural Teatro Guaíra. Bongiovanni, diretor do Balé Teatro Guaíra, é um coreógrafo extremamente talentoso, reconhecido por suas releituras criativas e sensíveis de obras clássicas da música. Com essa colaboração inicial, esperamos abrir as portas da Fundação Clóvis Salgado para futuras parcerias não apenas com o Centro Cultural paranaense, mas também com outros importantes teatros do Brasil”, destaca Cláudia.
FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO – Com a missão de fomentar a criação, formação, produção e difusão da arte e da cultura no estado, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) é vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult). Artes visuais, cinema, dança, música erudita e popular, ópera e teatro constituem alguns dos campos onde se desenvolvem as inúmeras atividades oferecidas aos visitantes do Palácio das Artes, CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais – e Palácio da Liberdade, espaços geridos pela FCS. A Instituição é responsável também pela gestão dos corpos artísticos – Cia de Dança Palácio das Artes, Coral Lírico de Minas Gerais e Orquestra Sinfônica de Minas Gerais –, do Cine Humberto Mauro, das Galerias de Arte e do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart). A Fundação Clóvis Salgado é responsável, ainda, pela gestão do Circuito Liberdade, do qual fazem parte o Palácio das Artes, Palácio da Liberdade e a CâmeraSete. Em 2021, quando celebrou 50 anos, a FCS ampliou sua atuação em plataformas virtuais, disponibilizando sua programação para público amplo e variado. O conjunto dessas atividades fortalece seu caráter público, sendo um espaço de todos e para todas as pessoas.
BALÉ TEATRO GUAÍRA – Com mais de 55 anos de trajetória, o Balé Teatro Guaíra é a terceira companhia de dança mais antiga do Brasil e acumula mais de 150 coreografias em seu repertório. Reconhecido pela qualidade artística e pelo compromisso com a inovação, o grupo já apresentou obras como “O Lago dos Cisnes”, “Carmen”, “O Grande Circo Místico” e “O Segundo Sopro”, sempre com grande sucesso de público e crítica.