ELENA – 1ª Escola Livre de Narração Artística do Brasil – celebra o Dia do Contador de Histórias e divulga cursos gratuitos na área da escrita literária

Idealizada pelo Instituto Abra Palavra – Pontão de Cultura referência no Brasil, no segmento de Livro, Literatura e Leitura -, a Escola abriga programação com formação e rodas de conversa e abre inscrições gratuitas para oficinas de escrita, Libras e de Narração artística

No dia 20 de março, quinta-feira, é celebrado o Dia Internacional do Contador de Histórias. O Instituto AbraPalavra – através de sua recém-criada ELENA – Escola de Narração Artística (a primeira do Brasil), promove, em sua sede (próxima à Praça da Liberdade), uma programação nos dias 20 e 21.03, quinta e sexta-feira, composta por rodas de conversa com convidados especiais para debater temas como as perspectivas do cenário da Narração Artística em BH e o reconhecimento dessa prática como patrimônio cultural. Além disso, a ELENA está com inscrições abertas para três cursos de escrita literária, voltados para o público em geral, que acontecem nos meses de abril e maio, e abordam a escrita criativa, literatura e escrita para mulheres migrantes, micro-ficções e narração de histórias em Libras. O acesso é gratuito. Mais informações sobre a programação e sobre as inscrições para os cursos e rodas de conversa no instagram @elena.escolalivre ou @institutoabrapalavra

O Dia Internacional do Contador de Histórias é comemorado no dia 20 de março desde o ano de 1991, quando foi criado na Suécia, no intuito de promover a arte de contar histórias em todo o mundo. Em Belo Horizonte, o Instituto Abra Palavra já realizou duas edições on-line da data, nos anos de 2023 e 2024 e, agora, se prepara para a 3ª edição do evento, dessa vez em modo presencial. “A arte de contar histórias é uma prática milenar que vem, ao longo dos séculos, mantendo viva a cultura, a memória e as tradições dos diferentes povos e, ao mesmo tempo se firmando, cada vez mais, como linguagem artística contemporânea”, diz a gestora cultural e contadora de histórias Aline Cântia, uma das idealizadoras do Instituto Abra Palavra que, desde a sua fundação em 2011, tem se dedicado à pesquisa e reflexão da prática, por eles nomeada como narração artística. O termo foi criado por Aline Cântia, em 2017, durante a realização da primeira edição da Candeia: Mostra Internacional de Narração Artística – idealizada pelo Abra Palavra e que hoje já está na 7ª edição.

“O termo narração artística é uma tentativa de traduzir essa forma contemporânea de narração de histórias em que você parte do princípio de que ela é uma linguagem artística por si só”, explica a gestora do Instituto AbraPalavra, a contadora de histórias Aline Cântia. Por se tratar de uma experiência estética, a narração envolve um sistema de códigos, signos, símbolos, princípios e fundamentos que podem ser estudados, praticados e desenvolvidos tecnicamente. “São essas características que nos fazem compreender a narração de histórias como uma linguagem singular, capaz de se distinguir de outras artes no seu modo de apresentação, pelo seu meio de expressão e pelos modos de criação”, completa.

Normalmente, a narração artística é uma prática desempenhada por pessoas inseridas no contexto urbano, que não vem necessariamente de uma tradição familiar ou comunitária e que se reconhecem como profissional da arte. “A narração  não se limita à transmissão de saberes e valores das comunidades tradicionais, mas se estende como uma prática estética no campo da arte e que já vem há muitos anos ocupando espaços culturais socialmente convencionais, como teatros, museus e centros Culturais”, contextualiza Aline. Dentro da ELENA, a Narração Artística ganha outros contornos e passa a dialogar com a Escrita Literária e com a Língua Brasileira de Sinais.

Programação – Dia Nacional do Contador de Histórias

No dia 20.03, sexta-feira, às 19h o público assiste à roda de conversa “Perspectivas e Análises sobre o Cenário da Narração de Histórias em Belo Horizonte” que discute sobre experiências profissionais, estéticas, éticas e políticas nos territórios culturais da cidade na atualidade. A mesa conta com a participação especial de Gislayne Avelar Matos, narradora de histórias e referência internacional na área, e Guegué, narradora de histórias, arte-educadora e produtora cultural desde 1996. sob a mediação da gestora cultural e contadora de histórias, Aline Cântia, e a produtora cultural e também contadora, Bárbara Amaral.

Já no dia 21.03, sexta-feira, às 19h, a narradora de histórias Mariana Bernardes, sob a mediação de Aline Cântia e Bárbara Amaral, é a convidada especial da roda de conversa “Narração Artística e Patrimônio Cultural”, com a exibição do documentário Encruzilhada de histórias – o imaginário encarnado no terreiro das palavras, seguida de bate-papo também com Mariana, produtora do filme. “A proposta é dialogar sobre a importância da memória coletiva e social, das histórias, da tradição oral, das lendas e da oralidade para a manutenção dos saberes imateriais e das memórias da nossa cultura”, comenta Aline Cântia.

Para participar da programação gratuita é preciso se inscrever no link https://linktr.ee/elena.escolalivre. As vagas são limitadas e as ações acontecem na sede administrativa do Instituto AbraPalavra que fica na Rua Espírito Santo, 1897, 7º andar,  próximo à Praça da Liberdade.

Inscrições abertas – cursos de escrita criativa e literária na ELENA

A partir do mês de abril, a ELENA irá oferecer cursos voltados para a escrita criativa e literária. De 1° a 11 de abril estão abertas as inscrições “Escrita Criativa e Literária: narrativas de si e do cotidiano”; “Literatura Feminina: Escrita Criativa para Mulheres Migrantes” e para a Roda de Conversa “América Latina: As histórias que nos unem”.

O curso de Escrita Criativa terá cinco encontros em que alunos e professores vão explorar narrativas pessoais e do cotidiano como matéria-prima para a construção literária. A partir de técnicas de escrita, exercícios práticos e leituras inspiradoras, os participantes serão incentivados a desenvolver sua própria voz autoral, transformando experiências, memórias e percepções em textos literários. As aulas começam dia 14 de abril.

No curso “Literatura Feminina: Escrita Criativa para Mulheres Migrantes”, a proposta é abordar o repertório da literatura feminina brasileira e latino-americana. Será abordado o repertório da literatura feminina brasileira e latino-americana, e as participantes serão convidadas a escrever narrativas de si mesmas e a experimentar outras estéticas de texto por meio de técnicas de escrita que expressem as experiências de mulheres migrantes no Brasil. Para Aline, “este curso tem como objetivo fortalecer o acesso à escrita e o acesso à leitura de textos escritos para reivindicar cidadania, já que o acesso à escrita se tornou, ao longo da história, uma ferramenta de exclusão. Esse cenário nos leva a considerar a escrita não apenas como uma ferramenta para comunicar e informar, mas como meio de formação do ser humano”. As aulas começam dia 15 de abril.

Na roda de histórias “América Latina: As histórias que nos unem”, os imigrantes latino-americanos e os belo-horizontinos serão convidados a participar de uma roda para compartilhar e contar histórias da tradição oral, lendas e causos de seus países de origem. “Será um momento de escuta e conexão, integrando memórias e culturas da América Latina”, diz a produtora do AbraPalavra e Coordenadora de Cursos da ELENA, Bárbara Amaral. A roda será realizada dia 12 de abril.

Ainda em 2025, ELENA oferecerá curso de narração de histórias em libras, oficinas e rodas de conversas com o tema “Oralidades e cosmologias dos Povos Originários, oralidades do povo Calon, Slam, Poesia e Sarau”, além da oficina “Microficções: um olhar sobre a cidade”, com o escritor mexicano Paul Berssey.  Informações sobre inscrição serão divulgadas em breve. Todos os cursos e rodas acontecem na sede do Instituto Abra Palabra, próxima à Praça da Liberdade.

Mais informações no Instagram @institutoabrapalavra e @elena.escolalivre.

Sobre ELENA – 1ª Escola Livre de Estudos da Narração Artística

Um dos grandes desafios hoje, segundo Aline Cântia, “é promover a valorização e o reconhecimento da narração de histórias como linguagem artística tanto para o setor cultural quanto para a sociedade em geral. A Elena – Escola Livre de Estudos da Narração Artística nasce desse desejo de trazer ainda mais debates e circular conhecimento para os profissionais que atuam no segmento de narração, mas não só: a todos aqueles que se interessam pela potência da palavra performada e narrada seja pelo texto ou pela oralidade”, afirma a coordenadora da Escola e fundadora do Abra Palavra.

Viabilizada a partir do projeto aprovado no Edital Olhos D’Agua do Ministério da Cultura, feito via SEFLI (Secretaria de Formação, Livro e Literatura), que selecionou 70 projetos em todo o Brasil a ELENA começou a atuar desde novembro do ano passado promovendo cursos presenciais (e um online) de média e curta duração, além de oficinas e rodas de conversas. Ao todo neste edital 60 organizações recebem o valor de R$250 mil e 10 organizações, o valor de R$500 mil, para desenvolver atividades formativas em diferentes linguagens artísticas, culturais e áreas técnicas, pelo período de um ano.

A partir deste grupo, a proposta da SEFLI é formar uma rede de escolas livres, cujo processos de desenvolvimento no decorrer deste um ano de ação, poderão auxiliar no entendimento da dimensão e importância destas instituições nos seus territórios e principalmente, melhorar os instrumentos de pactuação e expansão das ações. “Esta rede será uma instância que fará conexões entre essas experiências e instituições de nosso país, realizadoras também de políticas públicas”, detalha o secretário de Formação Cultural, Livro e Leitura, Fabiano Piúba.

O secretário acrescenta que não existe modelo único e totalizante para formação artística e cultural. “Compreendemos que existe em nosso país um número expressivo de instituições culturais da sociedade civil que atuam com formação nas mais diversas linguagens e segmentos culturais. São instituições que desenvolvem tecnologias socioculturais e educativas com conceitos, metodologias, experiências e práticas que atuam diretamente na vida de crianças e jovens com artes, criando repertórios culturais, estéticos, técnicos, gerando impactos sociais nos territórios que atuam. São companhias, grupos e coletivos de teatro, dança, circo, literatura, audiovisual e de culturas indígenas e afro-brasileiras, instituições vitais para a cultura brasileira”, contextualiza.

Instituto Abra Palavra

O Instituto Cultural AbraPalavra existe desde 2011 e em 2023 foi selecionado em Edital do MinC como único Pontão Nacional de Minas Gerais e o único Pontão Nacional do Brasil dedicado ao tema de livro, leitura e literatura. Este edital selecionou 42 projetos em todo o país, repassando recursos para a execução de ações culturais ao longo de 12 meses. As iniciativas abrangem diversas áreas, como cultura popular, patrimônio cultural, e artes visuais, com o nosso projeto focado na literatura.

“Ser um Pontão de Cultura hoje no Brasil representa um compromisso com a construção da democracia, da cidadania e da participação social. A Política Nacional Cultura Viva, sendo uma política de base comunitária do Sistema Nacional de Cultura, está intrinsecamente ligada a esses valores. Conseguir esse edital reforça o compromisso do Instituto Abra Palavra com o livro, a leitura, a literatura e com as premissas fundamentais da democracia e da participação social”, contextualiza Aline Cântia.

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