Professora de Psicologia da Una aponta a importância da rede de apoio para as famílias que tem o pai como figura central
A família monoparental com um pai como figura central tornou-se uma realidade para muitos homens no Brasil. O levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2015mostrou que 3,6% das famílias eram mantidas por pais solteiros. Embora seja estatisticamente pequeno, o número tem crescido nos últimos anos em nosso país. Mas quais são os desafios e nuances dessa jornada que vão além da tradicional imagem da família nuclear?
Camila Fardin Grasseli, professora do curso de Psicologia do Centro Universitário Una, aponta o preconceito como a principal dificuldade enfrentada pelos pais solos. “Existe um conceito socialmente estabelecido de que pai é aquela pessoa que sai para trabalhar, volta à noite e não dá notícia dos filhos. Por isso, acredita-se que ele não seria capaz de dar conta sozinho da criação dos filhos. É como se a sociedade ficasse esperando que esse pai recorresse a uma mulher, seja tia, avó, sua própria mãe ou ex-sogra, para poder criar as crianças”.
A docente ressalta que, para além do preconceito, no dia a dia, o pai solteiro enfrenta as mesmas dificuldades das mães solo. “É preciso se desdobrar na rotina para resolver quem vai levar e buscar na escola, no médico, quem vai acompanhar o dever de casa, entre outras responsabilidades”.
Por outro lado, diferentemente das mulheres que criam seus filhos sozinhas, os pais solos não sofrem questionamentos quando buscam profissionais para auxiliar na assistência das crianças; “Se esse pai contrata uma babá ou uma professora particular, tudo bem, porque a educação deve ser social, compartilhada com outras pessoas para que ajudem tanto os pais quanto as mães”.
A psicóloga salienta a importância da rede de apoio para estas famílias monoparentais. “É muito importante que a sociedade entenda que esses pais também precisam equilibrar as suas necessidades emocionais e individuais com as demandas dos filhos”.
A figura do pai solo desafia os modelos tradicionais de família e exige uma reavaliação dos papéis de gênero. É fundamental discutir como a sociedade pode oferecer mais apoio e recursos para esses pais, para que eles também sejam reconhecidos como capazes de cuidar. “Quando um homem ocupa esse papel de cuidador, todo mundo ainda acha estranho. Mas ninguém questiona por que apenas mulheres são contratadas como babás ou professoras de maternal. Por mais que um homem queira atuar nesses espaços, as portas estão sempre fechadas nesse contexto”.
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