Circuito Tapume promove visita guiada em instalações de lambes no Baixo Centro

Crédito divulgação

Circuito Tapume lança programação com roteiro de exposição de lambe-lambes no Baixo Centro de BH

Belo Horizonte ganhará um circuito de arte dedicado aos Lambe-lambes, com festa de lançamento na sexta-feira, dia 11, a partir das 18h, no Sula – Comida e Cultura

Pela primeira vez, o Circuito Tapume – Mostra de Lambe-Lambes de Beagá toma as ruas da cidade em um festival exclusivamente dedicado aos lambe-lambes. A programação conta com instalações artísticas de dez artistas visuais, selecionadas pela equipe curatorial do projeto, formada pelas produtoras culturais e curadoras Juliana Flores, Grazi Medrado e Gi Milagres. As obras inéditas serão exibidas em dois circuitos. O primeiro deles, de 11 de outubro a 9 de novembro, no Circuito “Baixo Centro”, abrange espaços como o CRJ (Centro de Referência das Juventudes), o Núcleo de Formação e Criação Artística e Cultural (NUFAC-FMC), o Sula – Comida e Cultura e o Centro Cultural UFMG. Já o Circuito “Transborda”, segunda etapa da exibição, acontece de 12 de novembro a 8 de dezembro, nos centros culturais das nove regionais de BH: Liberalino Alves de Oliveira, Usina de Cultura, São Geraldo, Urucuia, Vila Fátima, Vila Marçola, Venda Nova, São Bernardo, Salgado Filho e Pampulha. Toda a programação é gratuita e pode ser consultada no Instagram: @circuitotapume.

Inauguração Circuito Baixo Centro

O público que tiver interesse em acompanhar o processo de montagem das obras na sexta-feira, 11 de outubro, poderá ver de perto as colagens dos lambes, que têm o recurso acessível da audiodescrição. O primeiro espaço a receber os lambes será o Centro Cultural UFMG (Av. dos Andradas, 367), às 10h, com montagens das artistas Fabiana Alves e Maíra Paiva, que poderão ser vistas de terças a sextas, das 9h às 20h, e aos sábados, domingos e feriados, das 9h às 17h.

O Núcleo de Formação e Criação Artística e Cultural (NUFAC-FMC) receberá as criações de Priscila Rezende e Ella, às 13h. O espaço está disponível para visitação de segunda a sexta-feira, das 9h às 22h, e está localizado no Edifício Central. Ainda na Praça da Estação, às 15h, é possível acompanhar a montagem das obras de Débora Rossi, Marina Rosa e Izabela Santiago, que ficarão instaladas no Centro de Referência das Juventudes (CRJ). O espaço funciona de terça a sexta-feira, das 10h às 21h30, e sábado, das 9h às 17h30.

Finalizando o circuito, o Sula – Comida e Cultura receberá, a partir das 17h, a montagem das obras de Mayara Smith, Lê Góis e Falso Poeta / Math. Elas poderão ser visitadas pelo público, de segunda a sexta, das 11h às 15h, ou de sexta e sábado, das 18h às 01h. Na sexta-feira, a partir das 18h, o Sula – Comida e Cultura receberá uma festa de inauguração do Circuito Tapume, com a presença do DJ cente e o apoio da Lambe Lambe Bebidas.

Além da exibição das obras, cada circuito incluirá atividades específicas. No “Baixo Centro”, serão incentivadas a mobilidade urbana com roteiros de visitação a pé e de bike. E no dia 26 de outubro será realizada uma visita orientada com as curadoras e os artistas participantes, às 16h, saindo do CCUFMG. A visita é aberta ao público e haverá intérprete de libras. 

No “Transborda”, os 10 artistas contemplados realizarão ações formativas nos espaços onde suas obras estarão expostas, contribuindo para a formação de público e capacitação de agentes culturais locais. Cada oficina atenderá, no mínimo, 20 pessoas, com carga horária de duas a quatro horas-aula.

Conheça os artistas selecionados 

Ao todo, 44 artistas e 2 coletivos se inscreveram no chamamento, e a curadoria destaca o desafio de selecionar os dez nomes. “Recebemos inscrições de propostas de artistas mais experientes a mais novos na área, com vários nomes que trabalham nas artes visuais, mas não são necessariamente do lambe, e vimos que se arriscaram na técnica do lambe. O desafio foi trazer essa variedade de propostas e técnicas que recebemos, como xilogravura, fotografia, aquarela, tipografias e o uso das palavras entre outras. A mostra traz um pouco do que os artistas de BH querem compartilhar com a cidade, com obras que tensionam questões como a saúde mental, o olhar sobre as periferias, a força das palavras, e que comungam com o circuito que elas ocupam. Tentamos partir dessa ideia de diálogo com a cidade e contemplar técnicas artísticas e abordagens distintas sobre ela”, destaca Grazi Medrado, que compôs a curadoria ao lado de Juliana Flores e Gi Milagres.

Conheça quem são os artistas do Circuito Tapume:

Priscila Rezende – Apresentará a obra “A raiva organizada é revolucionária”. Artista visual graduada em Artes Plásticas na Escola Guignard – UEMG, e Mestre em Artes da Cena na UFMG. Desenvolve trabalhos em múltiplas linguagens, tendo a performance como produção expressiva em sua trajetória. De maneira catártica, se apropria da raiva como instrumento para confrontar o racismo, a misoginia e o machismo. Dentre sua atuação há a presença em exposições em diversas regiões do Brasil como Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco, Amapá e Rio Grande do Sul e países como Alemanha, Inglaterra, EUA, Espanha, Holanda e Polônia.

Izabela Santiago – Diretora de arte e pesquisadora com mais de 5 anos de experiência no mercado apresentará a obra “Brasigrafia”. Iniciou sua jornada nas artes na graduação em cinema pela PUC Minas. Participou do curso de artes visuais do Cefart (Palácio das Artes), integrou o júri jovem na 22ª Mostra de Cinema de Tiradentes.Desde 2018, contribui para o cenário cultural de Beagá como designer gráfico no centro cultural Lá da Favelinha. Já passou por outros escritórios de comunicação, mas atualmente fornece serviços gráficos e de direção de arte para o setor cultural e de eventos.

Marina Rosa – A artista trabalha com criação e desenvolvimento de vestuários e apresentará a obra “Janelas”. Apaixonada por moda, direcionou sua vida acadêmica e profissional para as artes visuais, gráficas e indumentárias. Sua criação busca homenagear o artesanato mineiro e capturar o impacto que a arte urbana da cidade produz.

Ella – Museóloga por formação, arte educadora, artista visual e artesã, apresentará a obra “Valente”. Trabalha atualmente como mediadora cultural na Fundação Clóvis Salgado e, paralelamente, desenvolve projetos de artes visuais. Grafiteira desde 2016, participou de projetos como “Amor pelo Alto Vera Cruz nos Muros”, 1º Festival de Arte Urbana de BH; ações de pinturas de murais em escolas na região Leste de Belo Horizonte; oficinas de graffiti (SESC-MG, Fundação Dom Cabral, entre outros) e, mais recentemente, do Grafitaço em comemoração aos 40 Anos do Hip Hop em BH. Como aquarelista, participou do edital de aniversário de 10 anos do Instituto HAHAHA, obra que está exposta atualmente na sede da instituição.

Maíra Paiva – Artista visual formada na Escola Guignard desde 2005, apresentará a obra “Palavras de cabeça”. Trabalha com multilinguagens, perpassando a pintura, a colagem, o lambe- lambe e a escrita, mas sempre com a potência e o acontecimento do desenho nas construções de seus processos. Atua na área da saúde mental há 16 anos, promovendo espaços de inserção do cidadão em sofrimento mental no cenário cultural da cidade, sejam eles em exposições, oficinas, circulação e militância antimanicomial. A mediação em oficina de letras e artes plásticas nos Centros de Convivência da PBH, trouxe o início de um projeto com lambe-lambes e intervenções urbanas, onde o encontro com o gesto e a letra se fez possível como dinâmica de escrita e gestualidade, atravessados pelo universo da loucura e da psicanálise. Atualmente, em seu trabalho autoral, a artista investiga as grafias-desenhos em suas formas ilegíveis e gestuais.

Lê Góis – Artista da imagem e da narrativa, apresentará a obra “ELA”. Trabalha com a colagem desde de 2020. A técnica da arte manual é presente em sua vida desde pequena, mas foi na pandemia que a artista se descobriu nesse processo artesanal. Hoje atua com a venda de prints, encomendas e lambe-lambes.

Falso Poeta / Math – Apresentará a obra “Imaginário Nacional”. Artista morador do Aglomerado Da Serra, iniciou sua carreira na fotografia em 2019 criando um perfil no Instagram chamado Falso Poeta (@falsopo37a), apoiado pelo Centro Cultural Lá Da Favelinha. Se estruturando e trocando saberes em oficinas, se desenvolveu em ensaios de retratos, paisagens e eventos. Hoje caminha só, buscando seu espaço como artista, fotógrafo periférico, experimentando outros lugares como o de comunicador e influencer, usando a arte de refúgio para ideias e conceitos idealistas, inspiradores que comuniquem da quebrada para quebrada, buscando refletir sobre a realidade coletiva.

Mayara Smith – Bacharel em Artes Visuais pela Universidade Federal de Minas Gerais (2020) e atualmente mestranda pela mesma instituição, apresentará a obra “raíz forte”. É multiartista, designer gráfico e pesquisa sobre identidade e corpo negro, principalmente feminino, abordando suas questões vindas de uma familia interracial e dualidade entre os dois núcleos. Cria em outros espaços de seu território. Autorretratista, brinca com a própria imagem e rompe barreiras de representação. Trabalha artes digitais, tradicionais e nas sombras do mundo. Tem uma coletiva de mulheres negras, a Negráfrica, nascida em 2019. Juntas produzem um podcast e publicações independentes sobre suas vivências, arte e cultura, a fim de também expandir vozes de outros artistas racializados e suas produções.


Fabiana Alves – Cogestora do coletivo Barracão das Ideia, apresentará a obra “Pare de Acreditar no Governo”. Graduada em Arte Educação com Habilitação Plena em Artes Plásticas, na Escola Guignard (UEMG, 2005-2010), atua profissionalmente neste campo há 18 anos. A partir de 2014, inicia sua investigação em tecnologias alternativas de produção em artes, ofícios, eco design e sustentabilidade ambiental com ferramentas de criação, entre elas o colagismo, no ateliê Natos.


Débora Rossi Fantini – É poeta e apresentará a obra “AParTAMENTOS”. Autora de “O belisco” (A Mascote, 2024) e de “alfabe)r(to”, livro publicado no Instagram. Teve poemas em formato de lambe em murais no Festival de Colantes (Uberlândia/MG; 2022 e 2023); e na Vila Medeiros (São Paulo/SP, 2021). Expôs poemas na Mostra Virtual da II Jornada de Poesia Visual (São Paulo/SP; 2023) e em Uma Mostra – Galeria de Arte Virtual Unifal (Alfenas/MG; 2022 e 2023). Publicou poemas nas revistas Bufo (São Paulo/SP), Quarup (BH/MG) e A Zica (BH/MG).

Sobre o projeto

O Circuito Tapume – Mostra de Lambe-Lambes de Beagá visa valorizar e promover a arte urbana em Belo Horizonte, conectando a comunidade e proporcionando um espaço para a expressão artística. A iniciativa promete fortalecer a cena cultural local e incentivar a participação ativa de diversos grupos sociais, contribuindo para a diversidade e inclusão no cenário artístico da cidade. Ao final do projeto, todas as obras serão doadas para a Secretaria Municipal de Cultura e a Fundação Municipal de Cultura, podendo ser mantidas nos centros culturais ou destinadas a outros espaços públicos, garantindo visitação gratuita por tempo indeterminado.

Este projeto é criado pela Através e pelo #UmLambePorDia. Realizado por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte, com patrocínio da Hotmart e apoio da Lambe Lambe Bebidas.

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