O Festival de Parintins é uma das manifestações culturais mais importantes do Brasil, carregando uma tradição que atravessa gerações e movimenta não apenas o turismo, mas também a economia local e a indústria cultural. No entanto, um dos desafios enfrentados pelo evento é a pirataria de produtos licenciados, que compromete o desenvolvimento sustentável da festa e prejudica diretamente artistas, artesãos, trabalhadores e patrocinadores envolvidos na realização do festival.
A comercialização irregular de produtos com marcas dos bois-bumbás sem autorização fere direitos autorais e desvaloriza o trabalho das comunidades criativas que dependem dessa renda para manter viva a tradição do festival.
“A pirataria é um problema grave, que impacta negativamente todos os envolvidos na cadeia produtiva do festival. Quando alguém utiliza de forma indevida as identidades e marcas dos bois, está retirando empregos, desviando recursos e afetando diretamente os artistas e a própria realização do evento”, alerta Andre Guimarães, diretor executivo da Maná Produções.
A Associação Cultural Boi Bumbá Caprichoso reforça a necessidade de combater a pirataria, pois o impacto financeiro causado pela venda de produtos não oficiais afeta toda a cadeia produtiva do bumbá: “A arrecadação que nos é devida deixa de ser investida na estrutura e no trabalho de centenas de profissionais, desde ferreiros e escultores até os artistas que dão vida ao espetáculo. É fundamental que os torcedores adquiram produtos certificados, pois isso fortalece a economia local e assegura a continuidade de nossos projetos”, afirma Rossy Amoedo, presidente do Boi Caprichoso.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) reconhece as marcas dos bois como propriedade exclusiva das agremiações. Assim, qualquer empresa ou pessoa interessada em utilizar esses símbolos precisa solicitar autorização oficial e concordar com as condições estabelecidas pelos detentores legais. A ausência desse processo resulta não apenas em perdas financeiras significativas, mas também em prejuízos para o patrimônio cultural brasileiro.
Além dos produtos físicos ligados diretamente ao Festival de Parintins, a pirataria atinge também o universo digital e a reprodução ilegal de músicas e imagens das apresentações do festival também causa prejuízos aos artistas e à própria preservação da identidade cultural do evento.
“Combater a pirataria é fundamental para preservar a identidade e a força do Boi Garantido. Quando produtos falsificados circulam, não só perdemos financeiramente, mas também colocamos em risco todo o trabalho de valorização cultural que construímos ao longo dos anos. Cada produto oficial adquirido contribui diretamente para investimentos em artistas, estrutura e a continuidade do bumbá”, reforça Fred Goes, presidente do Boi Garantido.
Diante desse cenário, a organização do Festival de Parintins mantém um monitoramento jurídico constante e trabalha para conscientizar o público sobre a importância de adquirir apenas produtos licenciados. “A pirataria precisa ser extirpada do nosso meio. A cada nova infração, perdem os bois, os patrocinadores e os trabalhadores. É uma ameaça à cultura, e estamos sempre atentos para coibir esse problema”, enfatiza Andre Guimarães. O combate à pirataria fortalece a economia criativa e garante que o evento continue sendo um símbolo de valorização da cultura brasileira.