Atrações no Palácio das Artes serão entre os dias 22 e 25/8; inclusão e acessibilidade dos equipamentos e produtos culturais serão o centro das atenções
Talento e virtuosismo não escolhem pessoas. Partindo dessa premissa, a Fundação Clóvis Salgado (FCS)/Palácio das Artes, por meio do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart) e dos projetos Palco Aberto Cefart e Dia do Pequeno Artista, realiza o Festival Palácio Para Todos, promovendo acessibilidade e protagonismo das pessoas com deficiência no Palácio das Artes, de quinta-feira (22/8) a domingo (25/8).
A programação completa, que inclui diversas manifestações artísticas, est[a disponível no perfil do Palácio da Artes no Instagram.
O festival integra o Programa Mineiro de Acessibilidade, Inclusão e Saúde (ProMais), coordenado pela Secretaria de Estado de Casa Civil do Estado de Minas Gerais (SCC).
“O ProMais congrega vários projetos e promove a inclusão em todas as áreas. O Festival Palácio para Todos é exemplo disso. As pessoas com deficiência têm a oportunidade de conhecer ótimas atrações artísticas e culturais. Todas elas foram pensadas para que esse público se sinta confortável e consiga aproveitar o festival da melhor forma possível”, destaca o secretário de Estado da Casa Civil, Marcelo Aro.
“Ainda nos falta muito para a plena inclusão, seja na arquitetura, no urbanismo, nas escolas ou na cultura. Pensando nisso, o Festival Palácio Para Todos quer trazer a reflexão para a necessidade urgente de lugares e formas de acessibilidade à arte e à cultura, premissa fundamental para um mundo mais humano, fraterno e digno”, afirma o secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas de Oliveira.
Mais acessibilidade
Além do que o Palácio das Artes já oferece em acessibilidade, como linguagem de sinais durante os espetáculos, elevador, rampas, estacionamento, atendimento personalizado, em breve haverá outras ações permanentes.
Mais que ações, um legado à população, a começar pelo palco para apresentações de artistas com deficiência em todos os dias da programação.
“O desenvolvimento da acessibilidade de nossos equipamentos culturais é prioridade para a FCS. A acessibilidade plena e estrutural é uma meta que deve nos guiar no processo de melhorias. E o público que for ao festival já poderá perceber essas evoluções, nas quais estamos trabalhando”, afirma Sérgio Rodrigo Reis, presidente da Fundação Clóvis Salgado.
“O projeto nasceu para que as ações de acessibilidade criadas não se encerrassem com o fim do evento, deixando algo permanente no espaço cultural. Mas o desafio do tema é grande, bem abrangente e o trabalho deve ser continuado”, reitera Fred Torres, fundador da Cultura Criativa e proponente do projeto.
Programação
Todas as atrações terão pelo menos um tipo de acessibilidade, como mediações para pessoas cegas ou com baixa visão: visitas guiadas nas galerias do Palácio das Artes onde estão expostas as obras da 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível.
Muitos artistas da extensa programação são pessoas com deficiência. Nesta quinta-feira (22/8), serão lançados 65 curtas-metragens com acessibilidade na plataforma CineHumbertoMauroMais (os filmes ficarão permanentemente da programação virtual) e o espetáculo “(in)tensões”, da Cia. de Dança Palácio das Artes, ganha o palco às 18h.
Na sequência, às 19h, o jovem cantor Gabriel Cheib, que tem Síndrome de Down, se apresenta com o pai, o violonista Rafael Cheib.
Já na sexta-feira (23/8), às 18h, o espetáculo de dança “Andanças Urbanas” será apresentado pela Cia Ananda, que tem uma bailarina cadeirante e um bailarino cego.
No sábado (24/8), nos jardins internos do Palácio das Artes, haverá contação de histórias com Samuel Vitor, que tem Transtorno do Espectro Autista (TEA), oficinas, roda de conversa sobre autismo, show da banda New Orions, cujo vocalista, Davi Lennon, também tem TEA, entre outras atrações.
Ainda no sábado, mas no Teatro João Ceschiatti, Olhando sem olhos (dança sem o uso da visão), também com a Cia Ananda.
No domingo (25/8), encerramento do Festival Palácio Para Todos, destaque para o espetáculo Corpo Preto Surdo: Nós Estamos Aqui, no Teatro João Ceschiatti, produção teatral de e com Marcos Andrade, abordando a experiência de pessoas surdas e ouvintes negras, com o suporte da Língua Brasileira de Sinais (Libras).