Médica sanitarista, Zilda foi a responsável pela criação da Pastoral da Criança, uma instituição reconhecida por usar métodos simples e eficazes para combater a desnutrição e a mortalidade infantil
Nos 71 anos de aniversário do Ministério da Saúde, comemorados nesta quinta-feira (25), vale deixar registrada a contribuição de Zilda Arns Neumann, uma figura importante na história da saúde pública e dos direitos humanos no Brasil. Médica sanitarista catarinense, fundadora da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa, Zilda Arns dedicou sua vida à melhoria das condições de saúde e bem-estar das populações mais vulneráveis do país, deixando um legado inestimável.
Nascida em Forquilhinha, Santa Catarina, em 25 de agosto de 1934, Zilda formou-se em Medicina pela Universidade Federal do Paraná. Desde cedo, mostrou um profundo compromisso com a saúde pública, trabalhando incansavelmente para reduzir a mortalidade infantil e promover a qualidade de vida das crianças e idosos.
Em 1983, fundou a Pastoral da Criança, uma organização social ligada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que utiliza métodos simples e eficazes para combater a desnutrição e a mortalidade infantil. Sob sua liderança, a Pastoral da Criança tornou-se um modelo de sucesso, reconhecido internacionalmente, ajudando milhões de crianças e suas famílias em comunidades carentes.
Inovação
A abordagem inovadora de Zilda Arns na Pastoral da Criança envolvia a capacitação de voluntários comunitários para realizar visitas domiciliares e monitorar o crescimento e desenvolvimento das crianças.
Além disso, promovia ações educativas sobre nutrição, higiene e cuidados básicos de saúde. Esse modelo de intervenção comunitária resultou em uma significativa redução da mortalidade infantil nas áreas atendidas, transformando vidas e trazendo esperança a milhares de famílias.
Em 2004, a profissional de saúde fundou a Pastoral da Pessoa Idosa, estendendo seu compromisso com a saúde da população idosa. A nova organização seguiu os mesmos princípios de capacitação comunitária e intervenção domiciliar, buscando melhorar a qualidade de vida e o bem-estar dos idosos em todo o Brasil.
Reconhecimento e legado
O trabalho incansável e a dedicação da médica sanitarista foram reconhecidos mundialmente. Em 2006, ela foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz, uma honraria que refletiu seu impacto significativo na saúde pública e nos direitos humanos. Sua indicação foi um reconhecimento da importância das ações comunitárias na promoção da saúde e na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Zilda Arns faleceu tragicamente em 2010, durante terremoto que devastou o Haiti, enquanto participava de uma missão humanitária.
Dedicação e amor ao próximo
Nas comemorações das sete décadas de criação do Ministério da Saúde, é oportuno refletir sobre a trajetória de luta, dedicação e amor ao próximo de Zilda Arns, uma inspiração para todos que trabalham pela saúde e bem-estar das populações vulneráveis.