Incidência tem crescido no mundo; prevenção pode ser feita com hábitos saudáveis
O diabetes – seja tipo 1 ou tipo 2 – é considerado pelos órgãos oficiais de Saúde, incluindo a OMS, como um problema de Saúde Pública e os números reforçam essa preocupação: 463 milhões de pessoas, ou seja, 9,3% da população global possuem a doença, que atingirá 643 milhões até 2030.
Para além disso, as mortes por diabetes aumentaram 5% desde 2000, cenário seguramente potencializado pela Covid-19, que tinha como um dos fatores de risco para óbitos o diabetes.
No Brasil, dados divulgados pelo Censo IBGE, em abril/24, indicam que o País tem cerca de 20 milhões de diabéticos, o que representa 10,2% da população, índice acima da taxa global. Considerando que muitas pessoas desconhecem ter diabetes, esse número deve ser ainda maior devido à subnotiticação.
Mesmo assim, o Brasil ocupa o 6º lugar no mundo entre os países com mais pessoas com a doença.
Nesse contexto, 90% dos diabéticos no País são portadores do diabetes tipo 2, que poderia ser evitado com a adoção de hábitos saudáveis, como dieta equilibrada, peso adequado e exercício físico. O diabetes tipo 1, por sua vez, acomete pessoas com predisposição genética.
Se nos atentarmos ao recorte da incidência da doença na população idosa percebemos que o processo de envelhecimento e a falta de cuidado pregresso contribuem para o aumento da prevalência do diabetes e/ou seu agravamento na terceira idade, especialmente entre os 70+. São 21,7% das pessoas idosas com essa patologia.
O médico geriatra e diretor médico da BSL Saúde, Felipe Vecchi, alerta: “Chegar a essa fase da vida requer atenção especial para viver bem e ser portador de diabetes aos 60 ou 70+ exige gerenciamento para preservar a saúde. Quando falamos de diabetes é preciso se atentar a sinais importantes sobre o surgimento e a evolução da doença. Sabe aquele idoso com sede excessiva, aumento da frequência urinária, fome constante, perda de peso, fadiga e visão turva? Fique ligado: ele está apresentando sintomas de diabetes, embora alguns sejam assintomáticos”.
E por que é tão importante controlar a doença em idosos? Eles estão mais expostos a complicações como cardiopatias, neuropatia, retinopatia, insuficiência renal e problemas de cicatrização e o controle do diabetes é fator fundamental para evitar esses riscos. Por falar em cicatrização há um fator bastante relevante quando pensamos em idade avançada e diabetes: o pé diabético.
A dificuldade de cicatrização, em consequência do diabetes não controlado, pode provocar pequenas feridas e úlceras que demoram para “fechar”. Elas começam normalmente pelos pés e vão se agravando, podendo chegar à amputação do membro em decorrência de infecções. Destacamos o pé diabético por ser a complicação mais tangível para todos. As demais acontecem silenciosamente e de forma não palpável e por isso talvez não tenham tanto impacto imediato.
O geriatra Felipe Vecchi alerta: “A evolução do diabetes é mesmo silenciosa e suas consequências também. Mas merece muita atenção em todas as fases da vida, porque o diabetes tipo 2 pode ser prevenido, por meio da simples adoção de hábitos saudáveis que beneficiam a saúde integral do ser humano, mas suas consequências são bastante graves e limitantes, quando não chegam a ser uma sentença de morte”.