Comerciantes esperam que consumidor adquira até dois produtos e invista cerca de R$ 670. Projeção é que vendas em torno da data movimentem o varejo e gerem um faturamento de R$ 2,08 bilhões
Os comerciantes varejistas da capital mineira estão otimistas com a Black Friday 2024, que acontece na última sexta-feira do mês de novembro. De acordo com pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), 88% dos empresários acreditam que a edição deste ano será igual ou melhor que a de 2023. Diante da boa perspectiva, 91,7% dos comerciantes estão com estoques reforçados ou, ao menos, semelhante ao do último ano.
“A Black Friday está cada vez mais consolidada no calendário do varejo brasileiro. Como o comportamento de compra para esta data é diferente das demais datas comemorativas, os lojistas se preparam de forma distinta. Eles focam em oferecer preços atrativos, com bons descontos e facilidade de pagamento”, explica o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.
Dentre as estratégias de vendas citadas pelos lojistas para a data, estão a forte divulgação de produtos (94,5%), aplicação de grandes descontos (89,1%) e facilitação de pagamento (54,5%).
A expectativa é que as vendas da Black Friday impulsionem o varejo da capital mineira durante o mês de novembro e, assim, gerem um faturamento de R$ 2,08 bilhões. O valor é 0,42% maior que no último ano, quando a data movimentou R$ 2,07 bilhões.
Para atingir esse volume financeiro de vendas, os lojistas esperam um tíquete médio de R$ 363,70. Como a expectativa é que os consumidores adquiram até dois itens, o valor pode chegar a R$ 667,40.
Pagamento parcelado em até cinco vezes
Os lojistas ouvidos pela CDL/BH acreditam que a maior parte dos consumidores (65,5%) vai optar pelo pagamento parcelado no cartão de crédito, em até cinco vezes. As demais formas de pagamento esperadas são à vista no cartão de crédito (25%), transferência eletrônica (PIX, TEC e DOC) – 6,9% e cartão de débito (1,7%).
Na perspectiva dos comerciantes, os produtos com maior saída devem ser roupas (54,3%), calçados (13,8%), móveis (12,1%), itens de decoração (6,9%) e brinquedos (6%).
Foco nas redes sociais
A pesquisa revela que o uso das redes sociais pelos lojistas será intenso na Black Friday. O Instagram será utilizado por 93,1% para realizar divulgação dos produtos e descontos. Na sequência estão WhatsApp (86,2%), e Facebook (43,1%). Estratégias tradicionais também serão utilizadas, dentre elas estão a decoração da vitrine (15,5%), site próprio (11,2%), panfletagem (6,9%) e boca a boca (2,6%).
Se a maioria dos lojistas está animada com a data, existe uma parcela que, ainda, não se envolveu com a Black Friday. Nesse cenário, 16,6% dos entrevistados disseram que não vão participar da ação este ano e 25,1% nunca participaram.
Os motivos apresentados pelos lojistas que nunca participaram da data são: não traz resultados (32,5%), prefere manter preços justos durante todo o ano (20,5%), baixa margem de lucro (15,7%), prefere criar ofertas em outras datas (13,3%), falta de demanda (10,8%), alta concorrência (10,8%), decisão da matriz (8,4%), falta de estrutura (3,6%).
Quando questionados sobre os preparativos para a Black Friday, 27,6% afirmam que já estão com tudo encaminhado e 30,7% ainda não realizaram nada. Para estes, os motivos são: foco em outras prioridades (45,9%), aguardando resultado de promoções (24,6%), aguardando decisão da matriz (16,4%), aguardando definição de superiores (11,5%), incerteza sobre a demanda (6,6%), dúvida sobre os produtos em oferta (4,9%), em avaliação (4,9%).
“A Black Friday é a primeira data de compras do Natal, afinal, está a menos de um mês das festas natalinas, é realizada junto ao pagamento do 13° salário e, para a maioria dos consumidores, é a oportunidade de adquirir um bem de maior valor agregado. Contudo, alguns lojistas enfrentam dificuldades com a data ou, ainda, não enxergam possibilidades de ganhos. O ideal é que cada comerciante entenda sua realidade, conheça seu consumidor e, a partir disso, adapte a data para seu negócio. Hoje, a data é o maior evento de consumo do planeta e precisa ser aproveitada ao máximo”, destaca o presidente da CDL/BH.
Metodologia de pesquisa
A CDL/BH ouviu 200 comerciantes da capital mineira entre os dias 1° e 22 de outubro. Supondo a aleatoriedade da amostra, a margem de confiança é de 95% e erro máximo de 6,9%.