Minas Gerais, 12 de fevereiro de 2025 – No dia 1º de fevereiro, o estado de Minas Gerais recebeu um alerta amarelo para 600 municípios devido ao alto risco de chuvas fortes. Desde o início do período chuvoso no estado, em setembro de 2024, Minas Gerais registrou 26 mortes em decorrência dos temporais. Ao todo, foram registradas mais de 3.580 pessoas desalojadas e 421 desabrigadas, segundo o boletim da Defesa Civil estadual.
Cinquenta e seis cidades mineiras decretaram situação de anormalidade (emergência ou calamidade pública). Além de Ipatinga e Santana do Paraíso, foram registradas mortes em Ipanema (3); Raul Soares (2); Uberlândia; Maripá de Minas; Coronel Pacheco; Nepomuceno; Capinópolis; Alterosa; Carangola e Tombos.
As chuvas causaram inúmeros prejuízos à população mineira, registrando deslizamentos de terra, assoreamento de córregos e saturação do solo em áreas críticas, como o aterro controlado municipal. Segundo a prefeitura, diversas residências foram danificadas e interditadas, pontes e passarelas destruídas tanto na área urbana quanto nas comunidades rurais e estradas parcial ou totalmente bloqueadas. Além disso, 16 famílias deixaram suas casas e ao menos 570 pessoas estão ilhadas, em comunidades isoladas.
Comunidades estas compostas em sua maioria por pessoas negras, que perdem, muitas vezes, tudo o que têm em apenas um dia de chuva forte. Nessas localidades, a população já sofre com a falta de acesso a serviços básicos, como água potável, saneamento e moradias dignas, e os impactos dessas mudanças climáticas só agravam ainda mais a situação. A desigualdade social, atrelada ao racismo ambiental, atinge de forma devastadora essas famílias.
Sugestão de porta-voz: Raquel Ludermir, gerente de Incidência em Políticas Públicas da ONG Habitat para a Humanidade Brasil.
Sobre a Habitat para a Humanidade Brasil
Habitat para a Humanidade Brasil é uma organização da sociedade civil que, há mais de 30 anos, atua para combater as desigualdades e garantir que pessoas em condições de pobreza tenham um lugar digno para viver. Presente em mais de 70 países, a organização promove a incidência em políticas públicas pelo direito à cidade e soluções de acesso à moradia, à água e ao saneamento, em articulação com diversos setores e comunidades.